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Fórum do Corinthians

Precos dos ingressos esta elitizando a torcida do Corinthians?

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Sergio 11.764 posts

Publicado no Fórum do Meu Timão em 14/03/2018 às 13:48
Por Sergio Campos (@asrdecampos)

Estou copiando abaixo estudo efetuado pelo economista Cesar Grafietti aonde ele analise os atuais precos dos ingressos e chega a uma conclusão. Não esta. Em termos reais os precos dos ingressos esta na media historica, de novo, em termos reais, aos dos últimos 10 anos.

Não estou conseguibndo copiar as tabelas e graficos mas a analise esta clara. Havendo interesse, basta visitar o site:

http://www.noangulo.com.br/especial-elitizacao-do-publico-nos-estadios-de-futebol/ Especial: Elitização do Público nos Estádios de Futebol? ? No Ângulo Especial: Elitização do Público nos Estádios de Futebol? ? No Ângulo noangulo.com.br

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Os preços praticados pelos novos estádios de futebol erguidos para a Copa do Mundo tem suscitado uma discussão sobre uma suposta elitização do esporte no Brasil. Partindo da premissa de que o futebol é um esporte do povo, ingressos elevados estariam elitizando o acesso aos estádios e levando as pessoas de mais baixa renda para a frente da TV.

Na análise a seguir apresentaremos uma série de dados e comparativos que nos mostrarão que sim, o valor dos ingressos de uma partida de futebol subiram bastante ao longo das últimas 4 décadas, mas nem por isso podem ser considerados como uma elitização do acesso ao estádios.

Além de uma questão de valor relativo à renda que mostra que não é impossível ir a uma partida, há salvaguardas como os modelos de Sócio Torcedores, áreas dos estádios com ingressos ainda populares, e uma dinâmica que mostra que nem todos os clubes passaram por isso, ao mesmo tempo que outros puxaram o preço do ingresso, seja porque seus estádios perderam metade da capacidade histórica, seja porque os modelos de negócios de praças mais modernas e confortáveis e seguras demandam preços superiores, mas longe de poder ser considerado elitizado.

Nem tudo é como parece
Qualquer análise financeira que se faça no Brasil baseada em dados históricos demanda uma série de ressalvas e cuidados. Somos um país economicamente instável, que atravessa períodos de bonança e profunda crise com a mesma facilidade com que Neymar se livra de seus marcadores. Mas diferente do craque da Seleção Brasileira, para transformarmos números de períodos muito longos em bases comparáveis, é preciso mais que a simplicidade de um jogo-de-corpo.

Para se ter uma ideia da dificuldade, entre o início da década de 70 e hoje, o Brasil teve 4 moedas diferentes – Cruzeiros, Cruzados, Cruzados Novos e o Real, considerando a URV como um mero indexador – e períodos de inflação que atingiam a casa dos 4 dígitos anuais. A cada mudança de moeda e novo plano econômico, cortavam-se zeros, congelavam-se valores e todos os preços relativos da economia ficavam completamente descompassados.

Isto significa dizer que qualquer comparativo entre algo que ocorreu em 1974,1982 e 2017 precisa de bem mais que uma informação e um ranking para ser explicado. Se isto inclui como referência um bem ou serviço, daí a comparação carece de ainda mais dados e análises.

A partir daqui vamos fazer uma volta no tempo, trazendo algumas comparações que nos permitam analisar se o futebol brasileiro vem passando por um processo de Elitização do Público nos Estádios.

Bases para nosso ponto-de-partida: o que evitar
Vamos trabalhar o tema baseado nas matérias que circularam na imprensa brasileira sobre a possível elitização da torcida do Corinthians, cujo perfil do torcedor que vai ao estádio aparece como sendo de classe média e média-alta, em contraponto à ideia geral de que o torcedor do clube tem perfil de mais baixa renda.

Para análises como esta, que envolvem as questões e dificuldades apontados anteriormente, precisamos evitar algumas simplificações e realizar uma série de comparações.

A principal simplificação a evitar é a de reajustar o preço do passado, trazendo-o a valor presente, corrigindo por algum índice de inflação. Esta proposta tem mais valor quanto maior a estabilidade do País e da moeda. Num país com tantas trocas de moedas, congelamentos e ações que vão do confisco de boi gordo ao da poupança, esta simplificação perde o sentido. Ela vale bem quando falamos de uma mesma moeda ao longo de todo o período e quando analisamos números de característica “macro”, como Receitas Totais, por exemplo.

Ao tratarmos dados como valor médio de ingresso precisamos relativizá-lo. O preço de um ingresso, assim como de um tênis ou uma bola, sozinho, sem referência, diz pouco. Afinal, o que é caro ou barato? Como se mede isto? Dizer que uma bola custa R$ 10,00 não lhe caracteriza como cara ou barata. Agora, se dissermos que a bola custa R$ 10,00 e um carro custa R$ 100,00, já começamos a ter a real dimensão dos preços. Mas ainda assim, falta uma referência: qual a renda que serve os dois produtos?

Preço relativo. Preço versus Renda. Aqui começamos a mudar a forma de analisar os dados de consumo em análises de longo prazo.

Em análises de longo prazo precisamos também contextualizar a situação. Não deveríamos, por exemplo, comparar espaços com capacidade diferentes, com qualidades diferentes, com ofertas de serviços diferentes. Por exemplo, como comparar o valor de uma diária numa pousada de interior com o valor de um resort pé-na-areia numa paradisíaca praia do Nordeste Brasileiro?

Bases para nosso ponto-de-partida: o que buscar
Se temos que relativizar e comparar comparáveis, logo, precisamos das referências.

Quando falamos de preço de ingressos para jogos de futebol, uma das formas de analisá-lo é o comparando com a renda disponível na época. E a melhor referência de renda disponível em qualquer época, é a medida de Salário Mínimo.

Desta forma, o que seria recomendável fazer é relacionar valor do ingresso com valor do Salário Mínimo. Em outras palavras, quanto um ingresso médio de futebol onerava o salário mínimo da época? Isto é uma medida de comprometimento de renda e deveria ser uma referência para qualquer ação de consumo, a despeito dos estudos de Richard Thaler, Nobel de Economia de 2017, que versa sobre comportamento do consumidor e a maneira como decide o uso do seu dinheiro.

A partir daqui faremos algumas avaliações utilizando um histórico de valor de ingresso do Corinthians ao longo do tempo, como forma de verificar se há, de fato, uma elitização do futebol. Além disso, faremos comparações entre diferentes estádios, com detalhamentos sobre a Arena Corinthians e um comparativo com o São Paulo FC.

Desta forma, esperamos verificar algumas hipóteses: os preços relativos dos ingressos não subiram quando comparados ao salário mínimo de referência; diferentes estádios, com capacidades diferentes e estruturas de conforto diferentes, geram diferença de preços; a qualidade do espetáculo também interfere no preço; e uma pergunta: se o Corinthians elitizou, o São Paulo popularizou?

Corinthians: tabela histórica

Na tabela acima temos uma série de jogos protagonizados pelo Corinthians entre 1974 e 2017. Além do jogo, há também o estádio onde foi realizada a partida, o Tícket Médio em moeda da época – anotada ao lado – e o valor presente deste Tícket Médio corrigindo-o pelo IPC.

Dois aspectos já merecem atenção: i) a enorme distância entre os dados mais antigos e os preços mais novos – o que se explica claramente pelas diferenças de moedas citadas anteriormente – e; ii) a forte oscilação de preços no período do Real, notadamente mais baixos quando jogam no Morumbi e mais elevados quando jogam em estádios menores, como Pacaembu e Arena. E isto sem considerarmos a relevância da partida.

Por esta tabela, imagina-se que o preço dos ingressos nas décadas de 70,80 e 90 eram substancialmente mais baratos que a partir do final dos anos 2000. Mas não dá para afirmar isto sem perguntar: qual a renda da época? Sem a renda, a comparação fica incompleta.

Então vamos comparar os valores dos ingressos na moeda da época com o salário mínimo na mesma referência. Ou seja, para um jogo de 1074, o valor do ingresso foi comparado ao salário mínimo referência de 1974, e assim sucessivamente.

Aqui já começamos a ver algumas coisas de forma mais clara. Em 1974 o torcedor comprometia 5,1% do salário mínimo para comprar o ingresso em questão, mas em 1990 era necessário 11,9%. Quando comparamos o valor do ingresso na final do Paulista de 2017, vemos que ele comprometia 6,5% do salário mínimo. Ou seja, ainda que em valores reais o ingresso de 1990 representasse metade do valor de 2017, ele consumiu praticamente o dobro do salário mínimo na época.

Quando comparamos a média do Brasileiro de 2016 com os demais anos, vemos que ela não foge de maneira relevante de nenhum dos anos, exceto por 1977 e 1988. Ou seja, em termos relativos, os preços dos ingressos atualmente praticados pelo Corinthians não mostram uma tendência de elitização.

A análise do percentual de comprometimento da renda com o ingresso de uma partida de futebol mostra que não há, necessariamente uma elitização no público. Ou melhor, o valor do ingresso não consiste num meio que permite dizer que a partir dele o futebol está sendo elitizado.

Por exemplo, utilizando o percentual de comprometimento de 1974 (5,1%) e aplicando sobre o salário mínimo de 2017, o preço do ingresso seria de R$ 48,00, ou seja, apenas R$ 13,00 mais barato que a média praticada hoje.

E exceto por 1977 e 1988, em nenhum outro a diferença é superior a R$ 20,00. E aqui entra outro aspecto: a qualidade do palco e a experiência do torcedor. Impossível acreditar que o Morumbi com 120 mil pessoas apresentava a mesma experiência de conforto e segurança que a Arena Corinthians apresenta hoje. Isto para uma diferença, na média, de R$ 23,00 ou 2,5% do salário mínimo.

Arena Corinthians na História
Aqui fazemos uma comparação entre o público da Arena Corinthians na final do Campeonato Paulista de 2017 com os jogos apontados na tabela anterior.

Vemos que do total de área disponível no estádio, 41% possuem Ticket Médio/Salário Mínimo menor que a média do estádio. Ou seja, espaços de caráter claramente populares, com médias de comprometimento de renda de 4,6%, muito próximo do que se observava nas décadas de 70 e 80.

Quando colocamos lado a lado o comprometimento de renda das diversos espaços da Arena Corinthians com aqueles da tabela inicial, vemos que 7 dos 10 espaços possuem comprometimento de renda inferior à média da amostra. E os 3 espaços acima da média representam 13% da capacidade total do estádio.

Pacaembu x Arena | Momentos
Vamos fazer uma comparação um pouco mais próxima. Agora é Pacaembu contra Arena. A ideia aqui é mostrar que a questão do preço, muitas vezes, está associada ao momento do clube, e que por isso mesmo dizer que há uma elitização passa por um certo exagero. Dividimos a avaliação em dois aspectos: comprometimento da receita no tempo e comparando-o ao público médio no ano. A partir daí, apontamos os momentos que descolaram da média.

Em “a” temos o momento em que o Corinthians enfrentava dificuldades técnicas e até caiu para a série B. Comprometimento de renda diminuiu, para trazer mais torcedores. Ainda assim, em “d” vemos que o público foi menor, a despeito do ingresso mais barato. Em “b” temos o “efeito Ronaldo”, quando o clube retornou à série A e tinha o Fenômeno em campo. Preços médio subiram, e o público ficou estável, como mostramos em “e”.

Em “c” temos a inauguração da Arena, que elevou os preços médios, mas também trouxe junto aumento de público, como observado em “f”, depois de uma queda forte em função de estar deixando o Pacaembu. Em “g” o único momento claro onde a redução de preços se transforma em aumento de público, o que mostra que a gestão do estádio parece sensível a esta questão. Mas é também importante considerar que o clube foi Campeão Paulista e lidera o Brasileiro com folga.

E qual a diferença de preço?

No gráfico acima, fizemos o seguinte exercício: pegamos a relação entre Ticket Médio e Salário Mínimo da época e aplicamos o percentual sobre o valor do salário mínimo atual (R$ 937,00). Isto nos leva a um novo Ticket Médio, que de certa forma reflete com mais propriedade a valor do ingresso corrigido pela renda. Estas são as barras cinzas.

Na sequência, comparamos este valor com o Ticket Médio mais atual, que no caso é o da Final do Campeonato Paulista de 2017. Esta comparação leva a uma diferença, que quando positiva significa quanto o ingresso atual é mais caro que o ingresso da época, e quando negativa, significa quanto o ingresso atual é mais barato que o da época.

Note que em poucos momentos o ingresso passado é mais barato, e concentram-se nas décadas de 70 e 80. Ainda assim, bastante heterogêneos, variando de R$ 12,68 a R$ 34,09 o que significa um comprometimento da renda entre 1,4% e 3,6%, que não é representativo. Além disso, ao longo da amostra as variações são substancialmente maiores para os casos em que o ingresso no passado era mais caro que a referência de 2017.

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@dan1910 em 14/03/2018 às 14:41

Ninguém esta pensando em elitizar a torcida. Ninguém tá nem ai pra origem da pessoa. Querem o dinheiro pra pagar o estádio. Simples. Pode ser uma pessoa pobre economicamente que economizou na bebida. No wisk com energetixo pra ir no estádio, ou um principe, o que interessa é o dinheiro entrar. Isso que estão preocupado. Para com essa chatice de querer separar classes. O que interessa é o dinheiro.

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@reyes em 14/03/2018 às 14:26

Preocupante!

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@digohc3m em 14/03/2018 às 14:02

Futebol é uma das coisas só.. Hoje em dia quase tudo é elitizado, porque o povão gosta disso, acha chiic.. Vivem zuando o São Paulo porque eles enchem o estádio com ingresso a 10 reais.. Acha bonito pagar 100 paus por 2 horas de futebol.. Etc.

O brigadeiro hoje em dia tem que ser gourmet..quase a mesma coisa só que 5x mais caro..

O carrinho do dog hoje é food truck.. A mesma coisa de antes só que 4x mais caro..

E agora o gourmetizaram o futebol também..

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