"Sombra do fracasso" faz Corinthians mudar estratégia do Itaquerão
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O Corinthians deve anunciar apenas em abril novidades sobre a construção do estádio de Itaquera, indicado para sediar a abertura da Copa de 2014. Mesmo com o adiamento, interlocutores do clube confirmam que o negócio está fechado e que a terraplanagem da área começa entre abril e maio, após as chuvas de verão.
A prorrogação está ligada à mudança de estratégia na negociação dos direitos comerciais da arena. A diretoria considera mais favorável fechar negócios com a obra em andamento.
Gente ligada ao projeto corintiano reclama que o estádio se tornou uma espécie de “lenda”, o que afasta potenciais investidores. Com o projeto em construção, seria mais fácil não apenas convencê-los a participar do negócio, mas também aumentar o valor dos contratos.
Até então, o Corinthians pretendia revelar os parceiros da arena em fevereiro. Agora, a ideia é começar as obras com o empréstimo de R$ 400 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que tem linha de crédito para os estádios da Copa.
Projeto
Nas contas do clube, ficariam faltando cerca de R$ 200 milhões para o projeto de 65 mil assentos, atingindo o mínimo necessário para receber o jogo de estreia do Mundial. O projeto inicial para 48 mil torcedores foi descartado.
O valor restante seria negociado durante a construção, com a venda dos direitos sobre o nome (naming rights), áreas vip, espaços e assentos comerciais. O Corinthians tem estudo da consultoria Accenture que estima o potencial de receita desses serviços.
Só com naming rights o clube espera arrecadar R$ 200 milhões em 10 anos, valor alto mesmo para os padrões europeus e norte-americanos. Para arrecadar esse valor, alto mesmo para os padrões europeus e norte-americanos, a diretoria aposta suas fichas na novidade da arena, que seria inaugurada já portando o nome do parceiro.
Junto à comercialização do nome, o clube estima receitas anuais de R$ 30 milhões com o estádio, que seriam usadas para quitar a dívida com a Odebrecht, empresa que tomará o empréstimo e tocará as obras.
Isenções
O clube paulista nega que o dinheiro extra virá de patrocínios bancados pela prefeitura, como foi veiculado ontem (2) pela imprensa. O que existe é um programa de incentivos fiscais do município para empreendimentos privados na zona leste de São Paulo, buscando incentivar a revitalização urbanística e aumentar o número de empregos na região. A construção da arena ficaria isenta de ISS e IPTU.
Ao participar da Copa, o estádio alvinegro também se beneficia da isenção de impostos federais e estaduais, fechando o ciclo de benefícios tributários.
Empréstimo
Um dos empecilhos para que a obra comece em abril é que nem o clube nem a Odebrecht enviaram carta-consulta ao BNDES solicitando o financiamento. Para se ter uma ideia dos trâmites, a diretoria do banco demorou entre oito meses e um ano para aprovar os recursos de outros seis estádios do Mundial.
Como a terraplanagem leva de quatro a cinco meses, a obra deve necessariamente começar até maio, já que essa etapa precisa de solo seco. Caso contrário, a construção teria que ser paralisada em novembro, quando recomeça o período chuvoso, o que atrasaria o início da instalação das fundações e comprometeria o cronograma da Copa.
Outro eventual entrave que não preocupa a diretoria corintiana são os dutos da Petrobras que atravessam o subsolo do terreno. Segundo o clube, há garantia de que as tubulações podem ser inutilizadas durante as obras sem prejuízo para o abastecimento de óleo combustível e derivados na região metropolitana de São Paulo.
Enviado por: will2s