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Duas visões sobre as mudanças propostas para o entorno da Arena Corinthians

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Das três novas operações urbanas anunciadas esta semana pela Prefeitura de São Paulo (veja matéria), a mais estratégica para a Copa 2014 é a Rio Verde-Jacu, na zona leste, que envolve a área onde será erguida a Arena Corinthians, estádio do Mundial na capital paulista.

Na realidade, a operação urbana - ou "Plano de Desenvolvimento da Zona Leste", como a prefeitura a designa - abrange uma área de 10 mil hectares, que se estende do limite norte da região até o município de Mauá, na região metropolitana, e tem como parte integrante o "polo institucional Itaquera", com projetos que beneficiam o bairro da futura arena.

Segundo o arquiteto Vladir Bartalini, da SP Urbanismo, empresa vinculada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU), "a proposta visa, em primeiro lugar, a criar empregos para esta região da cidade".

E justifica: "Hoje, uma população de mais de um milhão de pessoas se desloca diariamente ao centro da capital ou à região do ABC, para trabalhar em atividades de baixa complexidade, com salários baixos. Os estudos que estamos fazendo, e que estão em fase preliminar, pretendem levar empregos de qualidade para aquele lado da cidade, o que beneficiará todo o município, já que distribuirá melhor os deslocamentos", argumenta Bartalini.

Avenida Jacu-Pessego
A primeira grande obra já foi realizada: a extensão de 10 km da avenida Jacu-Pêssego, que permite uma ligação rápida entre o Grande ABC e a zona leste, e abre o acesso entre o aeroporto de Cumbica e o porto de Santos. A via é também uma ligação com o Rodoanel Sul, pela rodovia Ayrton Senna. "A Jacu Pêssego passa no meio da operação urbana, e as indústrias que se implantarem aí terão uma saída para as exportações do país", explica Bartalini, lembrando outros projetos estratégicos que devem ser implantados: a zona industrial de Itaquera, próxima ao polo institucional; a avenida Catitu, também em Itaquera (entre as avenidas Jacu Pêssego e Águia de Haia); a área central do bairro de São Miguel, ao norte; e áreas do bairro de São Mateus, ao sul da região.

As operações urbanas foram divididas por setores, cada qual com instrumentos de incentivo fiscal e de verticalização para uso residencial, o que é defendido pelo técnico da prefeitura, como um meio de "liberar terrenos - hoje ocupados por casinhas térreas e quintais cimentados - para implantação de áreas verdes, mais permeáveis", argumenta.

Na avenida Catitu, "densamente ocupada por construções irregulares", segundo o arquiteto, várias intervenções estão previstas: "A proposta é substituir estes imóveis por construções regulares, preferencialmente verticalizadas, que irão melhorar a drenagem dos terrenos". Pretende-se criar também mecanismos de proteção a córregos, e implantar um parque linear.

Já na adensada área central de São Miguel, a meta é organizar o sistema viário, com o alargamento de ruas. "Vamos construir um novo viário, em conjunto com a SPTrans, com ruas mais largas que comportem o transporte público", informa Bartalini. O mesmo está sendo pensado para São Mateus: melhorar os fluxos viários, com alargamento de ruas e construção de vias coletoras, conectadas a um terminal de ônibus.

Agenda social
O arquiteto urbanista Kazuo Nakano, do Instituto Polis, defende que para ser de fato positiva para a sociedade, a operação urbana preciso ser baseada em "uma agenda, que é complexa, e deve aproveitar os polos de atividade econômica previstos para o atendimento das inúmeras demandas sociais dos diferentes bairros da zona leste".

Nakano lista os pontos fundamentais dessa agenda: "regularização fundiária, construção de creches, despoluição de rios, urbanização de favelas e produção de habitação de interesse social, integração dos transportes coletivos ("quem sai dos bairros, como Cidade Tiradentes e outros afastados, tem grande dificuldade para chegar ao metrô, porque o serviço de ônibus é bastante precário", acentua) e espaços públicos (zonas verdes são um importante item deficitário na região)".

Segundo o urbanista, a lei das operações urbanas, como está, não é boa: "É genérica, não tem um projeto de intervenção física clara". Falta, diz o urbanista, "definir diretrizes que sejam formuladas com base no diálogo com a população".

Desapropriações
Ele critica ainda tendência a se colocar à frente de outras questões a discussão sobre a construção do estádio. "O Itaquerão é apenas um item dentro do plano para a região, e insuficiente para dar conta das demandas da zona leste. Anterior ao cronograma de obras é a discussão das remoções e quais as contrapartidas sociais desta intervenção. Desejaria ver sinais concretos da associação da imagem do estádio aos planos de urbanização do entorno e mecanismos de distribuição dos benefícios", defende.

Se o argumento legitimador para a obra do estádio é a perspectiva de geração de empregos, Nakano é taxativo: "O estádio, por si só, não consegue gerar mais do que umas centenas de postos de trabalho, e nunca em número suficiente para resolver o problema local". Além disso, para que o estádio seja de fato um legado, deve segundo ele agregar atividades permanentes de lazer, econômicas, e ser concebido complementarmente aos equipamentos educacionais previstos (Etecs, Senai etc.).

O polo de Itaquera
Grandes glebas públicas desocupadas, no entorno do pátio de manobras do metrô Itaquera, são o local escolhido para receber os projetos urbanísticos da prefeitura. O programa prevê a implantação de centros educacionais e outros equipamentos públicos, que ainda dependem de novas parcerias a serem firmadas com instituições privadas.

Os projetos são: fórum judiciário; terminal rodoviário; Fatec/Etec (Faculdade de Tecnologia/ Escola Técnica Estadual); Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial); incubadora e laboratórios do futuro parque tecnológico da zona leste; centro de convenções; batalhão da polícia militar; sede da instituição Dom Bosco; e parque linear Rio Verde.

Os estudos prevêem ainda a adequação do sistema viário do entorno, mantendo prioridade à acessibilidade por transporte público de massa (metrô e CPTM), informa a prefeitura. Alguns projetos estão mais adiantados: é o caso da Fatec, cuja primeira fase de obras deve ser concluída em outubro deste ano, com a conclusão em 2012, segundo a SMDU, que trabalha com o seguinte cronograma:

* Terminal rodoviário: previsão de conclusão da obra em abril de 2013 (projeto deve ser finalizado em abril de 2012). Será integrado à estação Itaquera (de metrô e CPTM) e ao terminal de ônibus urbano.
* Senai: unidade em fase de estudo preliminar (detalhamento do projeto depende de parceria da SMDU com a entidade).
* Parque tecnológico, com incubadora e laboratórios: também em fase de estudos; o local de implantação já está definido.
* Outros projetos: centro de convenções (estágio preliminar); e batalhão policial (depende de negociações para cessão do terreno à PM); sede da entidade filantrópica Dom Bosco e o parque linear Rio Verde (sem cronograma definido). Sobre o parque linear, já se sabe que será interligado com o parque do Carmo e integrado ao sistema viário estrutural da região.

Duas visões sobre as mudanças propostas para o entorno da Arena Corinthians

Fonte: Copa 2014

Enviado por: Josue Souza

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