Lucas Bettine

O Corinthians sempre levou a sério as categorias de base. Não à toa, é o maior vencedor da Copinha, com oito títulos.

Mas essa tradição se perdeu nos últimos anos. Salvo por algumas exceções, o clube praticamente não revelou atletas. Foi pensando nisso, então, que decidiu se reestruturar.

As mudanças começaram com a chegada de Marcelo Rospide, em outubro de 2012. Ex-técnico do Grêmio, ele chegou para substituir Marcelinho Paulista e mexer com o departamento. Conseguiu. Trocou treinadores e ficou de olho em bons jogadores de outros clubes -; o meia Zé Paulo era do Cruzeiro, por exemplo.

Mas a principal mudança está na filosofia. Rospide chegou com o intuito de aproximar a base do profissional. Deixar os garotos mais preparados para serem aproveitados.

Para isso, está em constante contato com o gerente de futebol, Edu Gaspar, e, agora, Alessandro, novo coordenador técnico alvinegro.

Osmar Loss/ Dentre as mudanças, está a chegada de Osmar Loss, técnico vice-campeão da Copinha deste ano.

O Timão tentou tirá-lo do Inter no começo do ano passado, mas só conseguiu em outubro. Logo que chegou, subiu garotos do sub-17 -; Malcon e Guilherme Arana, destaques na Copinha -;, mexeu no elenco e teve grande parcela na montagem do bom time sub-20.

Principalmente na questão de controlar a cabeça dos meninos. Antes mesmo de a Copinha começar, dispensou o volante Kallyl por indisciplina e, no dia a dia, passa conselhos além do futebol para os garotos.

'Falamos sobre tudo. Tem garoto que já é pai, tem família formada. Nós tentamos dar a eles conselhos sobre isso', disse Loss.

Esse trabalho já apresenta resultados. O meia Zé Paulo, o zagueiro Pedro, o lateral-esquerdo Guilherme Arana e o volante Fabiano, todos da Copinha, já estão à disposição de Mano Menezes. E o Timão garante que, nos próximos anos, vem mais por aí.

Entrevista - Osmar Loss_ Técnico vice-campeão da Copinha: 'Todos têm de conhecer o trabalho de todos no clube’

DIÁRIO_ Você chegou em outubro do ano passado e já teve de montar o time da Copinha. Esse processo de escolha dos jogadores foi difícil?

OSMAR LOSS_ Foi difícil conhecer uma estrutura como a do Corinthians em tão pouco tempo e fazer as escolhas corretas. Tentei trabalhar olhando um todo, não só com o que tinha à disposição. Tivemos a opinião de grandes profissionais e fico contente que as escolhas tenham dado certo.

Sua chegada faz parte de um processo de reestruturação de toda a base do clube?

Sei que faço parte desse processo de reestruturação, mas não começou comigo. Teve a chegada do (Marcelo) Rospide, que trabalhou no Grêmio, tem o Rodrigo Leitão, treinador do sub-17. Muita gente está envolvida nessas mudanças. 

Qual é o principal objetivo desse processo?

O que ouvíamos é que as coisas eram distantes entre a base e profissional no Corinthians. Estamos tentando mudar isso. Todos têm de conhecer o trabalho de todos no clube. Essa mudança vai dar uma coesão maior e mais resultados.

Faz parte dos planos ter conversas mais frequentes com o Alessandro (coordenador técnico) e o Mano Menezes?

Essa aproximação com o departamento profissional está dentro do processo, sim. Aliás, é fundamental para que a subida do jogador seja feita com qualidade e segurança.

Fonte: Diário de São Paulo