Parceira na Copa, Prefeitura abandona Corinthians e prejudica o clube em milhões
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Por Meu Timão
Quando planejou a construção o estádio em Itaquera, o Corinthians ainda não tinha planos de pleitear com a Arena a participação na Copa do Mundo. Com o apoio do governo e do município de São Paulo, à época, o Timão acabou se envolvendo com a missão.
O problema era que sediar a abertura da Copa aumentaria os custos do estádio. A solução, encontrada por Corinthians, Prefeitura e Odebrecht, foi, portanto, o financiamento através dos CIDs. Embora haja muita confusão a respeito, o modelo dos CIDs (ou Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) é bastante simples.
A prefeitura emite papéis para quem financiar o projeto, que atestam o uso do dinheiro em uma obra de interesse social - esses papéis de investimento retornam para a empresa em forma de isenções de imposto. Em troca, o projeto que acontece em uma área onde se busca o desenvolvimento urbano é financiado pela iniciativa privada - sem dinheiro público, ao contrário do que alguns incautos costumam professar.
O acordo, porém, feito na gestão do prefeito Gilberto Kassab, previa que cerca de R$420 milhões de reais fossem financiados a partir desses documentos. A Prefeitura de São Paulo, agora sobre o comando de Haddad, porém, ainda a passos lentos na liberação e legalização desses documentos.
O custo adicional com o projeto sem o uso do recurso dos CIDs preocupa Corinthians e Odebrecht. A demora na liberação afastou os compradores que seguem temendo que a prefeitura volte atrás na validade dos certificados, que seguem sob júdice.
Por esse motivo, a construtora e o clube procuraram a Prefeitura e para solicitar garantia aos títulos, como forma de atrair os desconfiados. Passada a Copa do Mundo, porém, o Corinthians foi deixado na mão. A prefeitura se recusou a ajudar - e ignora o problema, deixando ao Timão um rombo de R$405 milhões do total ainda não negociado, que deveria ser captado para financiar o projeto.