Por falta de quorum, Assembleia presidida por Capez não analisa fraude da merenda
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Por Meu Timão
A máfia da merenda parece cada vez mais esquecida pela Justiça. Uma reportagem publicada pelo portal G1 na manhã desta terça-feira denuncia que, por falta de quorum, a Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa de São Paulo ainda não analisou nenhum requerimento já protocolado a respeito do escândalo. Conforme apontado pelas investigações, o deputado tucano e presidente da Assembleia Legislativa Fernando Capez era um dos líderes do esquema de superfaturamento com lanches e sucos de escolas do Estado de São Paulo.
De acordo com a reportagem, apenas uma das quatro reuniões da comissão em 2016 teve quorum suficiente. Nesta ocasião, contudo, os deputados da situação pediram vistas, ou seja, tempo para analisar os requerimentos. Nos demais encontros, contudo, os representantes da base governista não deram as caras, impossibilitando o andamento das investigações.
Na última reunião da comissão, em 12 de abril, apenas três deputados registraram presença: Carlos Giannazi (PSOL) e Marcia Lia (PT), da oposição, e a presidenta da comissão, Rita Passos (PSD). São necessários ao menos seis dos 11 deputados para dar quorum.
De acordo com Carlos Giannazi, ouvido pela reportagem, há uma espécie de conluio entre Fernando Capez e o aliado político e também do PSDB Geraldo Alckmin, governador do Estado de São Paulo.
"A Assembleia não legisla, não fiscaliza e não representa a população. A Assembleia é um 'puxadinho' do Palácio dos Bandeirantes (sede do governo estadual)", disse o deputado do PSOL.
Vale lembrar que Capez, na década de 90, enquanto promotor, tornou-se inimigo número um das torcidas organizadas por discriminá-las e sugerir banimento. Desde que seu nome passou a ser citado nas investigações do esquema da merenda, contudo, foi o tucano quem entrou na mira das uniformizadas, que vêm fazendo protestos nos jogos e nas ruas. A Gaviões da Fiel, do Corinthians, foi a pioneira.