Festa da Fiel, show na avenida e até provocação ao rival: tudo sobre o desfile da Gaviões da Fiel
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Por Vitor Chicarolli
Principal torcida organizada do Corinthians, a Gaviões da Fiel deu um show à parte no Sambódromo do Anhembi na manhã deste domingo e encerrou o segundo e último dia de desfiles de São Paulo. E até parecia jogo. Com bandeiras e sinalizadores, a torcida fez uma linda festa nas arquibancadas. A escola corinthiana levou para a avenida a reedição do samba-enredo de 1994 - “A saliva do santo e o veneno da serpente”, um dos gritos mais comuns nos jogos do Timão.
Já no fim do desfile, um fato inesperado chamou a atenção dos telespectadores. Um grito de “O Palmeiras não tem Mundial”, vindo de um homem que estava na avenida, durante a transmissão ao vivo na TV Globo, viralizou nas redes sociais, que em menos de 20 minutos fez ser um dos assuntos mais comentados do Brasil no Twitter.
Pra não perder o costume "O Palmeiras não tem Mundial" kkkkkkkk #Globeleza pic.twitter.com/Ph2SixlGx0
— Robertson Darlan ⚓🌈 (@darlan_patriota) 3 de março de 2019
O samba-enredo contou a história, lendas, benefícios e malefícios do tabaco, representado por carros alegóricos e fantasias do século XXI. O autor do tema original foi o carnavalesco Raul Diniz, que vive na Espanha há quase dez anos. Para este desfile, Sidnei França desenvolveu o samba, com participação dos compositores Janos Tsukalas (Grego) e Vladimir Moura Leite (Magal).
Um dos destaques do desfile foi o quarto carro, que exaltava a liberdade da mulher. A parte superior da alegoria era composta apenas por mulheres. A Gaviões precisou de 61 minutos para encerrar sua participação na avenida.
Destaque também para Sabrina Sato, que foi para a avenida como rainha de bateria da Gaviões da Fiel pela primeira vez, apenas três meses depois de se tornar mãe. Ela era madrinha da escola desde 2004.
Em 1994, a Gaviões terminou em segundo lugar usando o mesmo enredo. Porém, há de se lembrar que o resultado é questionado até hoje por membros da velha guarda da escola. Eles alegam que o jurado deu uma nota menor, pois confundiu as papeletas com a de outra escola.
A Gaviões da Fiel, que completa 50 anos em julho, vai em busca de seu quinto título do carnaval paulistano (1995, 1999, 2002 e 2003). No ano passado, a escola homenageou os índios Guarus, que viviam na cidade de Guarulhos-SP, e ficou apenas com a sétima colocação geral.
A saliva do santo e o veneno da serpente
"É meu santo é forte
Não adianta me picar
Sou Gavião e você pode acreditar
Que não aceito traição
E o veneno da serpente
Eu transformo em semente
É o tabaco em plantação
Erva santa curou dores
Seduziu com seus sabores
Café e rapé em Paris
A nobreza aspirava
E ficava mais feliz
Vou, vou pra Bahia
Acende a chama
No terreiro de Iá Iá
É a força da magia
Que me arrepia
E se espalha pelo ar
Saravá, saravá
Salve o santo guerreiro
E uma vela prá saudar
Meu São Jorge padroeiro
Mulher, mulher, mulher
Quem te viu e quem te vê
O que embaça se perdeu virou fumaça
Liberdade pra você
É um raro prazer
Sabor de emoção
Mas não abuse
Que faz mal pro coração (e pro pulmão)"