Tite, tem um plano para conquistar o mundo. Na verdade, ele tem dois.

Em entrevista à Folha, o técnico do Corinthians detalhou os dois esquemas táticos que usará no Mundial de Clubes, mês que vem, no Japão, falou sobre a vontade e a pressão pelo título, a expectativa da invasão de torcedores e os perigos do Chelsea.

O que falta para o time ficar pronto para o Mundial?
Readquirir aquele ritmo de competição. Agora com todos os atletas juntos nós temos duas formas de jogar, e elas estão dominadas. Há tempos eu disse que teria que aprender a jogar novamente com pivô. Ela se ajustou novamente e tem essas duas formas de jogar, com pivô ou com jogador de movimentação. Readquirir aquele mesmo ritmo de competição que nós estávamos, depois que a gente retomou no Brasileiro, aqueles jogos de ressaca, e que nós estávamos na Libertadores.

O time jogou a reta final da Libertadores sem pivô. Está pronto para mudar?
Na verdade jogou com Liedson em grande parte da Libertadores, e foi campeã brasileira com o Liedson como pivô. Lembro que o Liedson não estava bem, o Elton foi utilizado, mas também não estava dando aquela resposta técnica que imaginava. Eu fico medindo o desempenho dos atletas. Daqui a pouco estava bem o Jorge, o Danilo, o Alex, Emerson. Pensei: tenho que aproveitar esse bom momento deles pra que eu possa criar uma forma alternativa de jogar, de movimentação. Tirei o Liedson no jogo contra o Vasco [Brasileiro-2011], foi um jogo emblemático, o Danilo rodava, e o Alex como infiltrador. Naquele jogo empatamos em 2 a 2. Aquele momento foi em que deixamos de utilizar o pivô. Retomou depois que veio o Guerrero. Falei pra ele: 'tu tem que se ajustar. No jogo contra o Santos [Brasileiro-2012] foi emblemático, 3 a 2, a gente perdeu, mas o Guerrero foi muito bem, a equipe se ajustou de novo a jogar ou como uma referência, ou com Emerson e Romarinho se movimentando na frente.

Entrar com um pivô ou com jogadores de velocidade é sua principal dúvida hoje?
É certeza. Posso usar os dois no mesmo jogo! É certeza! Se antes eu tinha dúvida de que a equipe podia se ajustar, hoje eu não tenho! Ela pode jogar de uma ou de outra forma bem, antes eu não tinha essa certeza. Até porque eu não tinha mais o pivô. Hoje tem. Ela tem uma ou outra forma a ser utilizada.

E qual seria a mudança no time para a entrada e saída do pivô?
O campo fala. O campo vai falar. Às vezes a equipe, dentro do próprio jogo, pode falar. Se eu pegar uma equipe [adversária] mais lenta, um 4-2-3-1, com só três jogadores na faixa central e dois laterais lentos.... puxa! Vou botar velocidade pelos lados, vou explorar uma deficiência do adversário! Se o sistema dela é de quatro jogadores no meio de campo, não posso jogar com dois jogadores de velocidade pois ficaria desguarnecido na faixa central do gramado. Algumas variantes vou observar em cima do próprio adversário. Esses pequenos ajustes a equipe me proporciona: dois de armação, Douglas e Danilo, ou velocidade, com Jorge Henrique, Martínez, Romarinho, Emerson. Se temos uma situação em os dois zagueiros que são lentos, tu pode explorar velocidade com Emerson e Romarinho na frente.

Fonte: Folha de Sp