A equipe feminina do Corinthians atingiu em seu quarto ano de reativação a alcunha de "campeã de tudo". Venceu, afinal de contas, todos os campeonatos que disputou (duas vezes no caso da Libertadores). O que mais poderia querer o Timão para a próxima temporada, então? Que tal... A contratação da rainha Marta?!

Em tom mais exemplificativo e sonhador do que realmente factual, a ex-jogadora Milene Domingues, atual embaixadora do futebol feminino do Corinthians, concedeu entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo e falou sobre a pretensão de contratar reforços de renome como próximo passo para o fortalecimento da modalidade no Brasil.

"Repatriar outras jogadoras é importantíssimo. Quem sabe a Marta não vem jogar com a gente? Todas as jogadoras vão para fora. Quem sabe não conseguimos trazer essa geração que daqui a pouco vai deixar de jogar futebol? Agora é a hora de vê-las também nos campeonatos disputados aqui no Brasil, ao lado dos seus familiares, no clube do coração, e vendo como o futebol feminino cresceu. A ideia é sempre progredir. Acho que esse é o objetivo de todos os clubes", discorreu Milene.

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Marta, hoje com 33 anos de idade e camisa 10 da Seleção Brasileira na última Copa do Mundo, disputada em junho e julho, joga pelo Orlando Pride, dos Estados Unidos, desde 2017. No último mês de outubro, o clube inclusive anunciou renovação por mais uma temporada com a craque, considera a maior jogadora da modalidade na história.

De quebra para endossar o sonho de Milene, Marta é torcedora declarada do Corinthians.

Se não pode cravar que conseguirá ou até mesmo tentará a contratação de Marta, de uma coisa Milene tem certeza: o futebol feminino, seja do Corinthians ou do Brasil de forma geral, não dará mais passos para trás. Daqui para frente, a projeção é de evolução, apenas.

"Acredito que vai melhorar. De uma coisa tenho certeza, estive muitos anos no futebol e a gente teve altos e baixos, daqui para frente a gente não retrocede mais. Para o ano que vem, queremos, obviamente, que seja mais conhecido e que tenha mais visibilidade", disse.

Danilo Fernandes/ Meu Timão

De fato, chama atenção o cenário atual do futebol feminino no Brasil. Milene talvez seja principal exemplo: fez parte da primeira geração de corinthianas, no time criado entre 1996 e 1997 e tocado de forma irregular até a desativação em definitivo entre 2007 e 2008. Passada pouco mais de uma década, agora como embaixadora do Corinthians, a "rainha das embaixadinhas" agora se viu numa cerimônia de premiação pelo título paulista do Timão.

"Para mim, é um sonho ver o futebol feminino nesse patamar. Sei que ainda falta muito, mas é um grande avanço. Lembrar que participei do primeiro time feminino em 1996 e estamos aqui em 2019 recebendo o prêmio de campeã paulista é algo maravilhoso. Neste ano, tivemos um saldo de respeito, igualdade e visibilidade", declarou.

Por fim, Milene ainda deu depoimento emocionante explicando o porquê de as meninas valorizarem tanto a presença de quase 30 mil torcedores na Arena Corinthians, há duas semanas, para a final estadual vencida em Itaquera sobre o São Paulo:

"Quando a gente pensava que não poderia melhorar, veio o Corinthians e fez a quebra de vários recordes. O público na Arena foi algo que nunca vou esquecer na minha vida. Estava lá no meio, olhando toda aquela torcida. Antes, a gente tinha de pedir praticamente para toda a nossa família ir assistir aos jogos e aplaudir. É um sonho que nunca pensei em ver. A primeira coisa que pensei naquela final foi: 'eu vivi para ver isso'", finalizou.

Em tempo: o Corinthians encerrou 2019 bicampeão da Libertadores, campeão paulista e vice-campeão brasileiro. A nível nacional, o Timão já venceu o Brasileirão, em 2018, e a Copa do Brasil, em 2016.

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