Ex-Corinthians relembra invasão da torcida no Pacaembu após eliminação na Libertadores
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Por Meu Timão
A tentativa de invasão ao gramado do Pacaembu, no dia 4 de maio de 2006, ficou marcada na história do Corinthians. Diante de mais de 32 mil torcedores, o Timão foi derrotado pelo River Plate, da Argentina, e deu adeus à Libertadores daquele ano. Rafael Moura, ex-jogador do Corinthians, relembrou o episódio que, segundo ele, deixou os atletas com medo da torcida.
Em entrevista ao Fora de Jogo, do Esporte Interativo, o centroavante lembrou o confronto da torcida com os policiais e contou que só conseguiu deixar o Pacaembu, palco do duelo pelas oitavas de final, depois das cinco horas da manhã.
"A torcida tentou invadir, e os policiais heróis fecharam aquele portão e não deixaram, mas mesmo assim, após o jogo, a torcida... Lá no Pacaembu o acesso é fácil, começaram a bater na porta do vestiário, na janela, e todos os familiares estavam no estádio. Os torcedores ficaram, ficaram, até que a polícia nos comunicou que não podíamos sair com nossos familiares e nem com nossos carros, porque estavam esperando a gente", disse.
"Aí cada atleta ia sair ou em carro de funcionário ou no camburão da polícia, e eu saí com o Nilmar, que morava no mesmo prédio que eu, por volta das 5h30. A gente saiu escondido e só assim conseguimos ir para casa", completou Rafael Moura.
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Na ocasião, sob o comando de Ademar Braga, o Corinthians entrou em campo com Sílvio Luiz, Coelho, Marcus Vinícius, Betão, Rubens Júnior, Xavier, Marcelo Mattos, Carlos Alberto, Ricardinho, Nilmar e Tevez. Nilmar, inclusive, chegou a abrir o placar para o Timão, mas Coelho, contra, e Higuaín, duas vezes, garantiram a vitória da equipe argentina.
A partida, vale lembrar, não chegou a completar os 90 minutos regulamentares. Por conta da invasão, o árbitro Carlos Chandia finalizou o duelo aos 40 minutos da segunda etapa.
Rafael Moura ainda comentou a relação com a torcida corinthiana e revelou acreditar que seu rendimento no futebol poderia ser diferente se colocado no atual cenário esportivo.
"21 anos de idade e fazer 19 gols no Corinthians e ser contestado. Hoje, se acontece isso, qualquer um ia ser vendido por 70 milhões de euros. Sempre tive uma personalidade muito grande, mesmo com grandes craques. Quando tinha discussão com a Gaviões eu dava as caras, nunca me omiti com a imprensa. Foi o maior aprendizado meu, porque mudou minha vida. Cheguei naquela avalanche de torcida, imprensa todo dia...", finalizou.
Pelo Timão, Rafael Moura atuou em 50 partidas e marcou 16 gols, mas não chegou a conquistar nenhum título.