'Ainda não consigo sorrir como gostaria', diz Júnior Moraes ao comentar situação da Ucrânia
1.6 mil visualizações 15 comentários Reportar erro
Por Julia Raya e Rodrigo Vessoni
Novo atacante do Corinthians, Júnior Moraes chegou ao clube depois de uma passagem pelo Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, de onde foi liberado por conta da guerra. Um dos muitos brasileiros a viver esse cenário, o atleta comentou sobre a situação do país.
"Ainda é muito difícil falar sobre isso pra mim. Não consigo desligar e não quero desligar. Enquanto tiver guerra, estarei conectado com as pessoas de lá, tentando ajudar ao máximo. Diariamente converso com pessoas que estão lá, que precisam de suporte para tirar a família, ou precisam de algo. Tenho muita amizade com o povo ucraniano. Pessoas do clube, pessoal da federação, pessoas do dia a dia, é um assunto que mexe. Ainda não consigo sorrir como gostaria. Só vou conseguir fazer isso depois que essa guerra parar. É isso", disse em entrevista coletiva lamentando o momento vivido no país.
O futebol ucraniano é um dos mais procurados pelos atletas para um bom retorno financeiro e até mesmo para maior destaque na modalidade. Assim, além de frisar a dor causada pela guerra, Júnior Moraes também falou sobre a dificuldade daqueles que foram ao país em busca de melhores oportunidades.
"É muito triste saber que existem jogadores que foram para a Ucrânia em busca de um contrato melhor e oportunidade de jogar. Nesse último ano, acredito que triplicou os jogadores brasileiros que foram para a Ucrânia, tanto na segunda divisão, futebol feminino, futsal. Essas modalidades passaram a ter mais oportunidade no país, então é muito triste, sim. Não falo tanto dos jogadores do Shakhtar, porque a maioria é jovem, tem procura, são badalados, por mais que não sejam muito conhecidos. É mais complicado para os jogadores menos conhecidos ainda que foram para lá buscar espaço", disse o corinthiano.
"Não converso com todos, mas tem alguns que tento ajudar para ter oportunidade em alguns clubes. Ajudo da forma que posso. A única esperança que eles têm é que a guerra pare. Muitos deles, a família já foi embora para se manter seguros e hoje se encontram em bunkers, ou dentro de casa, sozinhos, à espera de um milagre para que a guerra acabe", completou em seguida.