Vítor Pereira fala sobre permanência no Corinthians e aponta influência da família em decisão
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Por Julia Raya e Rodrigo Vessoni
O técnico Vítor Pereira voltou a falar sobre sua possibilidade de permanência no Corinthians na próxima temporada. O português afirmou se ver atuando ainda no futebol no próximo ano, mas deixou em aberto se seguirá no clube ou não e falou sobre a importância de sua família na decisão.
"(Me) Imagino no futebol, porque não no Corinthians? Depende. Vou deixar pro final do ano, vamos ver bem a situação, familiar, pessoal, vamos tomar decisões, se o Corinthians for conversar comigo, vamos conversar. Eu tenho interesse, é um clube grande, desde o inicio fui claro, honesto, só no final irei tomar decisões", disse o treinador em entrevista coletiva após a palestra no Brasil Futebol Expo.
Logo após reafirmar a decisão inicial de abrir conversas por uma possível permanência no clube apenas ao final da temporada, o treinador falou o principal fato que influenciará na sua decisão: a família. Mesmo fazendo críticas ao futebol brasileiro, o profissional contou gostar do desafio de trabalhar aqui, mas falou que a distância da família pesa.
"Disse desde o começo, é minha família. Tenho que ver se tenho estabilidade familiar, se estão no momento de suportar mais um ano longe de casa ou não. Esse é o grande,.. não tem relação com as dificuldades do campeonato brasileiro, porque isso temos todos os lados, na China tenho também, e eu tive lá três anos, mais longe ainda. Tem muita coisa aqui que poderia mudar e ir pra patamar mais alto, calendário menos apertado, que daria dinâmica e qualidade de jogo melhor, essa é minha opinião, qualidade de gramados deveria ser regulamentada, foi em Portugal e ajudou, e os projetos também. O projeto tem princípio, meio e fim, não começa e logo acaba. Tem que ser estruturada de base, com base orientada, pano estrutural que vem da base ao principal. Na mesma linha, jogo que procure ser igual, porque o clube quer a equipe principal de um jeito, a base tem que ser igual. Os jogadores, por posição, tem que ser escolhido com características... isso é a longo prazo. O problema no Brasil é que os mandatos são de três anos e o que acontece é que tudo isso se reduz a titulo. Ou ganha ou projeto vai ao ar. O presidente quer ganhar no seu mandato", pontuou.
"Muito difícil (trazer a família para cá), muito. Porque minha sogra não pode se deslocar de Portugal para cá, não pode, tem problema de saúde. É impossível", completou logo em seguida, revelando ser impossível que sua família se mude ao Brasil.
Por fim, o treinador demonstrou agradecimento ao presidente Duilio Monteiro Alves. Segundo ele, o principal prometido pelo mandatário é cumprido: a estabilidade para o trabalho, mesmo que em meio a algumas complicações do time.
"Nós temos consciência que o clube passa por dificuldades financeiras, por isso que digo que não dá pra colocar em mesmo patamar de outros clube, com mais estrutura antiga, de três, quatro anos de trabalho, e muito dinheiro, que compete Libertadores, Brasileiro, Copa... nós chegamos, o que encontrei e mais me prometeram, foi estabilidade, ao menos de dentro, e isso eu tenho, sem duvida nenhuma. É um clube que me dá estabilidade, presidente que me da estabilidade, por mais que se fale de fora, a pressão é normal e preciso dela, por isso escolhi Corinthians e não outro clube. Vim de outros clubes, eu gosto de jogar pra ser campeão e buscar titulo, pressão me mantem vivo. Mas a pressão de mim mesmo é a maior. No clube, ambiente familiar, gente que quer ajudar, quer o melhor pro clube... a gente se mantém na luta, mas muitas vezes oscilamos porque não temos um time que é fixo, hoje joga um, amanhã outro, outro dia outro, tem lesão, descanso... nós temos miúdos com futuro, que tem que se estruturar, pra ai sim cobrar responsabilidade. nesse momento, a nossa é fazer o melhor possível, lutar pra ganhar jogos, tentar ganhar tudo, vencer fora e em casa, mas não coloquem carga que não pode existir", afirmou.