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Suprema Corte da Suíça explica sigilo e corrobora fontes sobre Caso Cuca

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Por Mayara Munhoz e Walter Falceta

Cuca afirma ser inocente de caso julgado na Suíça na década de 80

Rodrigo Coca / Agência Corinthians

Desde o anúncio da contratação de Cuca como técnico do Corinthians, uma série de matérias, informações e declarações sobre a sua condenação por abuso sexual de uma criança de 13 anos na Suíça, em 1989, foram divulgadas. O jornalista Walter Falceta, colunista do Meu Timão, procurou a Suprema Corte de Berna, capital da Suíça, para esclarecer os fatos.

Duas informações importantes foram obtidas pelo jornalista neste contato:

  1. o processo tem sigilo de justiça de 110 anos;
  2. a Suprema Corte de Berna indica duas matérias do jornal como fontes oficiais para o entendimento sobre o caso.

Além do período de sigilo, é importante ressaltar que a lei vigente na Suíça diz que apenas uma determinação judicial ou uma autorização expressa da vítima poderiam fazer com que o processo fosse liberado para consultas. Portanto, é improvável que qualquer pessoa que não se enquadre nisso tenha tido acesso ao processo nos últimos dias.

Segundo a resposta da Suprema Corte, é possível encontrar todas as informações online do caso no "mais importante jornal bernês, o Der Bund, que está todo digitalizado". Em uma dessas matérias é dito que o relatório forense do caso encontrou sêmen de Cuca na jovem de 13 anos.

O Meu Timão, inclusive, já havia utilizado justamente esses artigos para relembrar todo o caso em matéria publicada na última sexta-feira.

Comunicação com a resposta da Suprema Corte de Berna sobre os questionamentos do caso Cuca

Comunicação com a resposta da Suprema Corte de Berna sobre os questionamentos do caso Cuca

Arquivo Pessoal

As duas matérias citadas foram publicadas nos dias 15 e 16 de agosto de 1989. A primeira relata a situação e o que vem sendo dito no julgamento nos últimos dias. A segunda já consta a sentença dada aos quatro jogadores. O Meu Timão reproduz abaixo os dois artigos e seus principais destaques.

Matéria 1: 15 de agosto de 1989, Der Bund, Suíça

Der Bund 1

Reprodução / Der Bund

O trecho selecionado começa falando sobre o julgamento de quatro jogadores brasileiro acusados de "fornicação com uma criança e coerção". A chamada, em destaque, é "na verdade, a menina só queria trocar uma camiseta".

O texto segue destacando que o julgamento é sobre o caso acontecido em julho de 1987 com quatro jogadores do Grêmio "acusados de forçar uma menina de 13 anos a fazer sexo". Os fatos foram apresentados ao Tribunal de Berna e as testemunhas foram interrogadas no dia anterior.

A matéria diz que além de ouvir as testemunhas, houve uma reconstituição dos fatos no tribunal. "Como era de se esperar, os quatro indiciados não compareceram ao tribunal. A menina que, segundo o médico psiquiátrico assistente, sofre de transtornos mentais graves desde o incidente e que tentou suicídio há um ano, foi dispensada de estar presente", diz a matéria.

"Os fatos foram apresentados de forma diferente ontem, dependendo da perspectiva dos acusados ou da vítima. No entanto, todas as declarações feitas por escrito concordam que a menina de 13 anos e dois colegas foram à sala dos jogadores de futebol, no Hotel Metrópole, na tarde de 30 de julho de 1987, para obter uma camisa do clube Grêmio", segue o relato.

A matéria explica que a garota não conseguiu fazer apenas a troca de camisas e que os quatro jogadores começaram a assediá-la. Um deles teria jogado a menina em uma cama de hotel. Os dois colegas da jovem testemunharam que os jogadores de futebol pediram para que eles saíssem do quarto e, segundo eles, "era tarde demais para compreender o alcance do incidente". Eles tentaram contatar funcionários do hotel para obter ajuda e não tiveram sucesso.

"Por outro lado, os acusados apresentaram tudo como um ato sexual voluntário durante o interrogatório", finaliza a matéria, antes de dizer que o veredito será fechado naquele mesmo dia no Tribunal.

A matéria pode ser lida no jornal, em alemão, aqui.

Matéria 2: 16 de agosto de 1989, Der Bund, Suíça

Artigo 2 Der bund

Reprodução / Der Bund

"Unzucht und Nötigung waren in drei Fällen unbestritten" é o título da matéria do dia seguinte, em alemão. A tradução é: "Coerção e fornicação foram indiscutíveis em três casos".

"Ontem, o Tribunal Criminal de Berna considerou os três jogadores de futebol brasileiro Alexi (Cuca), Eduardo e Henrique, do Grêmio de Porto Alegre, culpados de atentado ao pudor com uma criança e coação. O tribunal condenou o quarto jogador Fernando apenas por coação", diz o começo da matéria.

"Com base nos arquivos disponíveis e nos depoimentos de testemunhas, o Tribunal Distrital considerou os quatro acusados culpados de coação. Por outro lado, não se pode presumir fornicação com criança, nem cúmplice, no caso de Fernando, que se encontrava apenas no quarto do hotel e que presumivelmente não violou a vítima", segue.

A matéria traz, então, as penas: três meses de prisão para Fernando; e 15 meses de prisão para cada um dos outros três jogadores, entre eles, Cuca. Depois de explicar os valores das multas, o artigo dá início a sequência dos fatos relatados durante o tribunal, já contados em diversas matérias nos últimos dias aqui no Brasil.

O artigo segue relatando o que aconteceu após a prisão dos quatro jogadores. "No primeiro interrogatório, eles negaram ter tocado na garota. No segundo, alguns dias depois, eles confessaram a relação sexual, com exceção de Fernando. No entanto, eles afirmaram que nada havia acontecido contra a vontade da menina. A garota teria se divertido com tudo, o que levou os jogadores a comentar que ela 'provavelmente não era normal".

"O relatório forense mostrou vestígios de esperma de dois jogadores, Alexi (Cuca) e Eduardo, no corpo da menina. Não foram encontrados vestígios de violência na menina. Ela afirmou que ficou paralisada durante o incidente e, portanto, não gritou e nem revidou", diz o texto.

"De acordo com o médico que a trata, a menina sofre de graves transtornos mentais desde aquele incidente e, entre outras coisas, tentou sucídio na primeira passada. Os jogadores, por sua vez, foram libertados após um mês sob fiança no valor de 7 mil francos suíços", diz o final da matéria, que ainda explica que os brasileiros não permaneceram muito tempo jogando no Grêmio após os fatos.

A matéria pode ser lida no jornal, em alemão, aqui.

O que diz Cuca e o Corinthians

Importante dizer que Cuca passou anos sem se pronunciar sobre o assunto e só o fez em recente entrevista à jornalista Marília Ruiz, do UOL Esporte. O mesmo que foi dito para ela foi repetido em entrevista coletiva na última sexta-feira, no CT Joaquim Grava, durante a sua apresentação no Corinthians.

Cuca falou bastante sobre o caso, disse não ter muitas recordações sobre o ocorrido em 1987, na Suíça, mas reforçou ser inocente das acusações de estupro.

"Nesta lembrança que eu tenho, eu tinha 23 anos na época, nós iríamos jogar uma partida e pouco antes subiu uma menina para o quarto, o que eu estava com outros três jogadores, e esta foi a minha participação neste caso. Eu sou totalmente inocente. Eu não fiz nada. As pessoas falam que houve um estupro, houve acho que um ato sexual com vulnerável. Essa foi a pena que foi dada", explicou o técnico.

O treinador ainda reforçou que a vítima não o reconheceu na época: "Ela disse que não me conhecia, que eu não estava" - leia a entrevista completa aqui.

O Corinthians, por sua vez, diz ter feito uma investigação minuciosa para entender tudo que aconteceu com Cuca e que acreditou na palavra do treinador.

Veja mais em: Cuca.

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