Erika detalha bastidores emocionantes de recuperação de lesão no Corinthians
870 visualizações 10 comentários Reportar erro
Por Pedro Mairton e Maria Beatriz de Teves
Erika detalhou os bastidores da recuperação da grave lesão no Corinthians
Bruno Teixeira/ Ag. Corinthians
A zagueira Erika não se conteve e foi às lágrimas ao relembrar o período de recuperação da grave lesão no Corinthians. A defensora rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito, em 2021, e depois operou o menisco no final de 2022, que a afastou dos gramados por dois anos e dois meses, retornando somente na última quinta-feira, na goleada do Corinthians por 4 a 1 sobre o América-MG no Brasileirão Feminino, na Fazendinha.
Erika detalhou os bastidores do dia a dia da recuperação dela no CT do Corinthians e como batalhou consigo mesma para não abandonar a carreira.
“Todo dia que chego no CT, dia que a gente treina, eu tento o máximo estar feliz, não é sempre que a gente consegue. Meu bom dia é pra todo mundo. Se por dentro eu estou mal, eu tento não passar isso. Algumas vezes foi difícil, mas aí a galera já sabe só de olhar para minha cara. Optei por de qualquer jeito que ia tentar o máximo possível para não desanimar. Eu moro sozinha, mas passo todo dia na casa da mãe e lá estão meu sobrinhos e eles que me fizeram não desistir. Estava com dor no joelho e minha mãe já vinha com gelo, me apoiando. Pensava em dar um chorinho, mas não queria na frente deles. Segurava o máximo possível e quando eu pensava nisso, eu não queria desistir, porque eu preciso ainda carregar uma galera, ajudar muita gente”, iniciou Erika em entrevista na zona mista após o jogo.
“Tenho certeza que com essa minha volta eu vou ajudar muitas pessoas, muitas meninas que estão pensando em desistir, porque me mandam mensagem da mesma forma, falando que não tem incentivo do clube e aí a gente manda material, paga ressonância. Nem precisava falar isso aqui, mas a gente ajuda menina de fora, de outras equipes, que estão passando por essa situação. Não quero que isso aconteça e fazer o que sempre fiz, que foi por fora, pra quem precisa. Essa força eu tirei de tudo isso, não posso desistir. Preciso ajudar outras pessoas, minha família, quem está do meu lado e essas meninas que estão passando a mesma situação que eu, que querem, que estão tentando desistir e falo que não. Tiro forças todos os dias em relação a isso”, completou a zagueira de 36 anos.
Além de lidar com as dores da recuperação da lesão, Erika também teve de encarar o lado emocional. A zagueira revelou a tristeza em treinar sozinha no período e chegou até recusar conversar com a psicóloga em alguns momentos, mas completou o acompanhamento durante o tratamento da contusão.
“A gente treina sozinha, de manhã, de tarde e de noite. Não importa o que a gente faça, o importante é você fazer o seu papel. Não tem essa de coitadinha, deixa comigo que de alguma forma eu vou me reerguer. Só que eu preciso do departamento médico do Corinthians, dos profissionais, pra me colocar em melhor condição. Nesse momento é onde a gente fica mais triste, porque está treinando sozinha. Tem que ir na academia de manhã, fazer um tratamento à tarde e fazer alguma coisa de noite por fora”, afirmou.
“Óbvio que nós temos nossa psicóloga aqui, que o tempo inteiro conversava com a gente, já me desculpei várias vezes com ela, de falar assim: ‘Djara (Fortes), não estou afim de conversar, eu não quero’. Isso é normal do atleta, do mesmo jeito que a gente precisa, temos que ter o nosso tempo. Acho que foi tanto tempo assim, que eu precisei muito dela, ela estava ali. Até brinco com ela, que os melhores momentos meu e dela, era quando ela levava o moranguinho e falava: ‘Vamos ali conversar?’ (risos). Aí andávamos pelo CT e aqueles papos, que terminavam tudo bem. É importante demais, se tiver no clube ou em qualquer lugar, pessoas passar por terapeutas. Me ajudou muito”, concluiu.
