Meu Timão

Sempre defendi o Carille em suas 3 passagens pelo clube. Parei de defendê-lo recentemente porque qualquer tentativa resultava em massacre.

Nossa visão de torcedor é limitada, vivemos o futebol por fora e não por dentro. Não sabemos quando um jogador faz corpo mole no treino e caso vire titular desmotiva o grupo.

Não enxergamos que uma equipe sólida e duradoura se constrói da defesa para o ataque. Bonito ou feio isso dá certo há mais de 20 anos.

Poucos aqui sabe o quanto o Carille é estudioso de tática do futebol e ele monta a equipe escolhendo os mais preparados, não os melhores. Se Pedrinho, Vital, Araos, Bruno Mendes, Sérgio Dias, etc virassem titulares quando os torcedores pedissem, provavelmente seriam queimados e deixariam o clube em baixa.

Carille escolhe os mais prontos fisicamente, psicologicamente, que aguentam o tranco, como o limitado Henrique, um tanto quando ruim mas que não tremia.

Depois de escolher os 11 mais prontos, ele treina exaustivamente o sistema defensivo até que a equipe seja a melhor marcadora do Brasil. Ai você vê Flamengo, Palmeiras, Inter, Grêmios, Santos, São Paulo rodeando nossa área mas não conseguindo criar chances. Demorou para chegar a um patamar alto na defesa devido a baixa qualidade de jogadores como Avelar, Henrique, Manoel (hoje está melhor), etc.

Gil chegou após a equipe já estar muito bem defensivamente e o rendimento nesse setor cresceu ainda mais.

O próximo passo passa a ser treinar transição ofensiva, triangulação, marcação pressão, etc. Claro que ainda faltam peças, triangular com Avelar é complicado, Júnior Urso ainda não é aquele segundo volante que já tivemos e Sornoza é limitadíssimo.

Depois disso é preciso preparar outros titulares, como Boseli, Vital, Everaldo, Gabriel, Carlos Augusto, Bruno Mendes, Gustavo e outros, e passar a ter um time de 16,17 ou 18 titulares.

Ai começa uma disputa interna sadia e um crescimento na hora certa.

E pra encerrar, sem ninguém perceber o Corinthians se torna o time mais zica do Brasil. A imprensa não entende, nem o próprio corintiano, que teria expulsado o Carille a muito tempo, bem antes dessa passagem dele pelo clube.