Itamar Fulano
ISSO NÃO TEM NADA DE INÉDITO NO Brasil.
O Internacional já faz isso.
Lá no Rio Grande do Sul os sócios torcedores colorados tem direito a voto.
E podem até votar por aplicativo, assim quem mora longe de Porto Alegre também pode votar.
Não sei se no Grêmio é assim.
SE O CORINTHIANS FIZESSE ISSO SERIA DEMAIS, MAS NÃO SERIA O PRIMEIRO.
em Bate-Papo da Torcida > O voto do Fiel Torcedor: opção viável ou utopia?
Em resposta ao tópico:
Cada vez mais, a proposta de permitir aos sócio-torcedores a participação política nas eleições e demais decisões do clube é debatida. Seria uma revolução, ainda inédita no futebol, pelo menos aqui no Brasil. Porém, ela é apenas uma ideia utópica, sem nenhuma possibilidade de ser colocada em prática, ou pode sim ser uma forma de trazer benefícios ao clube?
O primeiro fator a ser considerado é o histórico. A Democracia Corinthiana é um dos maiores patrimônios do clube, pois ultrapassa os limites esportivos, e mostra que o Corinthians é muito mais do que um simples time. A alcunha de Time do Povo também joga a favor da ideia, pois está impregnada na nossa história. Ou seja, se há um time no Brasil ou no mundo que tem uma história mais favorável do que o Corinthians para permitir que essa ideia seja implementada, eu sinceramente desconheço.
Porém, ainda assim não é uma decisão simples. Política nunca é. Ao se fazer isso, grupos políticos influentes dentro do clube podem perder poder. E como são eles que tomam as decisões, parece pouco provável que apoiem medidas que, em última instância, poderiam prejudicá-los. Essa visão, na minha opinião, é limitada e é o principal fator que impede essa mudança. Porém, há formas de 'conciliar' essas duas visões opostas na política do clube, que parecem tão antagônicas num primeiro momento. Eu tenho uma ideia, e vou tentar explicar seus benefícios aqui:
1) A participação política do Fiel Torcedor traria mais dinheiro ao clube. Seria uma vantagem inegável ao torcedor ter poder de escolha, então seria esperado que o número de sócios aumentasse, ao menos nas épocas de eleições.
2) Com a entrada de um novo tipo de eleitor, as estratégias para alcançar o poder político no clube teriam de ser totalmente revistas. Precisariam, necessariamente, incluir os anseios dessa nova classe. Não bastaria mais firmar as velhas alianças dentro do clube social, distribuir os cargos e fechar as parcerias com empresários. ALÉM disso, a vontade geral do torcedor deveria ser considerada, pois pode impactar o resultado final.
3) O acesso à política do clube elevaria a transparência das contas. Com mais gente com poder de voto, a fiscalização aumenta e a prestação de contas deve ser cada vez mais rigorosa. Isso é essencial para melhorar nosso cenário financeiro, que tende a ficar cada vez mais catastrófico.
Contudo, ressalto novamente que nenhum grupo político abre mão de poder a toa. É assim que a história funciona. Só o fazem quando não existem outras alternativas e a pressão é muito grande, e geralmente chamamos isso de revolução. Foi assim na França, por exemplo, em que o rei foi deposto e as pessoas (na época, nem todas) puderam escolher um governante. Por que os sócios do clube social abririam mão de sua prerrogativa? Pois bem, isso não vai acontecer sem uma revolução inédita, e portanto a pressão precisa ser cada vez mais forte nesse sentido.
Há uma forma, no entanto, de 'agradar gregos e troianos'. Vejo que o movimento em prol do aumento da participação do Fiel Torcedor nas decisões do clube é inevitável, ao menos em longo prazo. Portanto, a classe hoje então dominante na política corinthiana deveria se adiantar, e fazer isso de uma forma em que essa transição seja gradual: o poder dessa nova classe seria relativo, digamos que seja calculado de forma ponderada, e corresponda a uns 25-30% do total de votos. Fazendo isso, você mantém o poder dessa classe política tradicional, mas ainda sim incorpora os sócios-torcedores e pode usufruir das vantagens disso.
E ai, alguém tem mais ideias de como isso poderia funcionar?
Abraços!