Corneta
Perdi minha tia preferida para o COVID na última quarta-feira. Velha? Sim. Mas saúde de ferro. Vacilou na prevenção e infelizmente não resistiu.
Eu nasci em janeiro de 77 e morava ao lado da casa dela. Minha mãe diz que na noite da quebra do jejum minha tia gritava como louca e eu não conseguia dormir. Significa.
A minha primeira memória corinthiana foi exatos 5 anos depois, no Paulista de 82. Eu já não morava ao lado dela, mas estava na casa na final em que ganhamos do SP. Sabe o símbolo piscando na tela quando um time é campeão? É aquilo que vejo até hoje, desde os 5 anos de idade.
Meu pai era palmeirense, mas não teve oportunidade de mudar algo. Minha tia já havia feito o trabalho sem saber. Já tinha inspirado sem forçar nada. Foi natural. E foi pelas mulheres, pois minha mãe também ajudou.
Hoje sou referência entre a família e amigos. Sou o cara lembrado quando se fala de Corinthians. E o zuado como no sábado passado. Faz parte. É a culpa é dessa tia.
Descanse em paz. Eternamente dentro no meu coração.
Cuidem-se. E cuidem dos velhos. Vocês sabem o que precisa ser feito, apenas façam, sem questionar.