Davilson Nogueira
O estádio não custou 2 bi: ele custou 1,2 bi pelas informações que li! A área construída da Arena Neo Química é o dobro do Allianz Parque (50.000 pessoas x 40.000 pessoas): as áreas comuns são muito maiores (foi exigência da Fifa para abrir a Copa do Mundo). E o acabamento do nosso estádio é muito superior: o estádio é todo revestido em mármore, granito e pastilhas e tem forro de gesso em todo lugar (você não vê tubulações aparentes), fora os acabamentos dos banheiros com TV incorporada aos espelhos, revestimento da cobertura com lona e resfriamento do gramado. Os corrimãos são todos de aço inox! Fui visitar o Allianz Parque: é um estádio espartano, os banheiros são com bloco de concreto pintado, tubulação aparente em todo lugar e corrimãos em ferro pintado! Os nossos elevadores são Atlas/Schindler (1ª linha) e os deles são da Vilarta (2ª linha)! A W Torre fez o mais barato possível para poder lucrar mais (não estou dizendo que eles estão errados em fazer isso).
em Bate-Papo da Torcida > Tragédia anunciada
Em resposta ao tópico:
Ok, o grupo Renovação e Transparência do Andrés nos deu uma Série B, 4 Paulistas, 3 Brasileiros, uma Libertadores e um Mundial de Clubes.
Nos deu o tão sonhado estádio e um CT moderno.
Só que nos trouxe também problemas dantescos.
O estádio que custou quase dois bilhões de reais, está envolto em suspeitas de corrupção, que envolvem o poder público, o Andrés, outros dirigentes e a Odebrecht. É muito provável que tenha sido superfaturado pois não faz sentido um estádio custar quase 2 bilhões de reais. O Allianz Parque do Palmeiras custou 663 milhões e é um estádio equivalente ao nosso.
O clube, sem contar a dívida do estádio, acumulou quase 1 bilhão de reais em dívida nesse período.
Só o balanço de 2019 registrou 426 milhões de reais em receitas e mais de 600 milhões de reais em despesas. Mesmo se fossemos incluir a bilheteria da Arena no balanço, que gira em torno de 50 milhões de reais líquido por ano, ainda teríamos um déficit de mais de 100 milhões.
Essa semana, divulgaram o salário mensal do Everaldo que veio do Fluminense e não joga absolutamente nada. 280 mil por mês. No Fluminense, em uma pesquisa que fiz, ele ganhava 60 mil por mês. Ele teve um aumento de 460%.
As despesas com pessoal são de longe as que mais oneram o balanço. Só a folha salarial do futebol profissional, custa mais de 12,3 milhões de reais por mês.
Nas gestões do Renovação e Transparência, houve também denúncias sobre pagamento de comissões a dirigentes nas categorias de base e nos contratos de prestação de serviços executados por empresas terceiras.
Todos os anos há muitos jogadores adquiridos e posteriormente emprestados, com o Corinthians pagando parte ou o total dos salários.
Muitas contratações suspeitas com o valor acima do mercado, como é o caso do Danilo Avelar e do Matheus Davó só para citar dois exemplos.
Muitas contratações e gestão de carreira executadas pela mesma empresa, a Elenko Sports. Ela é administrada pelo Fernando Garcia, irmão do conselheiro Paulo Garcia dono das lojas Kalunga. Ambos com grande amizade com o Andrés.
Mesmo com toda a dívida, foi criada uma categoria Sub-23 que até agora não rendeu nenhuma venda, nem nenhuma promoção de jogadores para a equipe principal que justificasse o investimento.
Como consequência dessa gestão desastrosa e talvez fraudulenta, o time não corresponde dentro de campo desde o fim do primeiro turno do campeonato brasileiro de 2017. Já são 4 técnicos mandados embora no período, após demonstrações claras de falta de afinidade do elenco de jogadores para com eles.
No período já são 16 jogadores com destaque em suas equipes anteriores que não vingam por aqui. Vide Júnior Dutra, Matheus Vital, Araos, Bruno Mendez, Boselli, Júnior Urso, Júnior Sornoza, Richard, Gustagol, Juninho Capixaba, Douglas, Ramiro, Jonathas, Vagner Love, Luan e Matheus Jesus.
Parece haver uma panela formada pelos mais antigos do elenco, junto com os membros da comissão técnica fixa, que não permitem que sejam implantadas novas ideias de jogo, além de não darem espaço para os jogadores que chegam.
Vai ser muito difícil agora corrigir o rumo do clube, que parece seguir o caminho que nos levou a série B do Brasileiro em 2007.
O novo presidente terá muito trabalho para corrigir todo o problema e provavelmente vamos amargar um longo período sem conquistas.
Infelizmente no nosso país, os dirigentes não são responsabilizados judicialmente pelos desmandos nos clubes de futebol. E uma instituição do tamanho do Corinthians, corre o sério risco de desmoronar por completo.
