Carlos Eduardo
A) O Jô treinou com essa chuteira. Isso já havia sido motivo de tópicos aqui no fórum.
- Ninguém da administração do clube falou com ele no treino?
B) O Jô calçou essa chuteira ainda no vestiário.
- Novamente, ninguém falou com ele, se é um valor tão importante?
Duas coisas me vêm à cabeça:
1) O clube continua sofrendo com o amadorismo dos seus gestores;
2) Nem gestores nem comissão técnica se importa com o que escrevemos aqui no fórum. Não queríamos Davó, mas o Duílio contratou; não queríamos Clayson, Otero, Ramiro titulares - mas eles foram; queremos mais espaço para o Adson, mas ele não tem (ou seja, não elevamos nem queimamos ninguém).
A primeira é mais importante, pois mostra que, se ninguém viu ou corrigiu a questão da cor da chuteira do Jô (visível de longe), mostra que não há uma unidade mínima dentro da gestão, desorganizada e sem capacidade para mudar os rumos do clube.
em Bate-Papo da Torcida > Mauro Beting sobre a chuteira verde
Em resposta ao tópico:
* ALERTA TEXTO GRANDE *
Minha opinião: desrespeito total ao clube, à nossa história e à nossa torcida!
Mauro Beting, no Facebook
O sogro de um amigo não come molho de tomate. Ele é Grêmio. Não pode nada vermelho da cor do Inter.
Um amigo jogou no lixo a primeira árvore de Natal montada pela mulher. Por ela ser natural - verde. Ele comprou no dia seguinte uma de plástica. Branca da cor do Corinthians onde o casal fez a festa de matrimônio.
Uma amiga não tinha plantas no apartamento. Elas eram verdes. Ela, alvinegra.
Eu já fui xingado no velho Palestra por ir trabalhar com uma calça preta (do uniforme da emissora onde eu trabalhava).
Você deve conhecer outras histórias do tipo. Algumas mais radicais. Outras mais 'normais'.
Mas a anormalidade bate bola com a paixão. Compreender, respeitar e não 'tocar' em áreas sensíveis é questão de inteligência.
Nos tempos de chuteiras de todas as cores, essencial conhecer os códigos que não precisam ser escritos. Se o Corinthians não se pintou de verde nem na tragédia da Chapecoense, um atleta usar a chuteira da cor do maior rival não é preciso dizer que é desnecessário. Ainda mais em fase terrível dele e do time. Mesmo ele tendo tanta história de berço.
Tão evitável quanto o clube ter deixado Jô vestir a chuteira foi o ídolo usar a cor 'proibida'. Tão contornável quanto o clube ter que se pronunciar a respeito depois. Admitindo até a punição ao jogador mais jovem a marcar um gol pelo Corinthians.
Você pode achar tudo isso um exagero. Um recibo indevidamente passado por um débito inexplicável.
Mas não se espere racionalidade em campo. Não é futebol.
Ainda mais quando se discute se é verde ou azul turquesa. Ou azul Tiffany, como defende o atacante que tinha como ter tirado de letra - tirando a chuteira.
Da cor da joalheira do filme com Audrey Hepbburn.
Eu sou meio daltônico. Talvez sofra mesmo de acromatopsia. A incapacidade de distinguir cores. Tão complexa quanto distinguir sentimentos.
