Victor Fernandes
Discordo de tanta coisa que não dá nem pra comentar.
em Análise dos jogos > A metodologia Tite
Em resposta ao tópico:
É sempre delicado e um tabu criticar 'ídolos' aqui no fórum. Há pelo menos cinco anos eu digo que o Cássio é fraco e só agora todo mundo tá enxergando. Disse que o Mancini escalava muito mal durante aquela sequência de vitórias e fui xingado de tudo que é coisa. Falei que Gil e Fábio Santos não deveriam ter voltado e o final dessas histórias todos nós sabemos.
Mas agora queria falar sobre um modelo de trabalho que considero o 'câncer' do Corinthians: o Método Tite.
Esse modelo realmente foi muito vencedor (apesar de à época já não encantar), mas há 8-10 anos atrás. E nós o utilizamos até hoje, sendo que é completamente ultrapassado, resultando nesse futebol medíocre dos últimos 5 anos. Sorte, competência, não tínhamos rivais a altura? Não sei ao certo, mas tenho certeza de uma coisa: não funciona mais.
Fair Play: desde Tite, temos adotado essa postura ridícula. Acho que ganhamos o Trófeu de Time Mais Disciplinado pelo menos 5 vezes desde então. O que não faz o menor sentido... A falta faz parte do jogo. Serve pra matar um ataque do adversário, pra reorganizar o time, pra descansar e até pra intimidar. Além disso, o time teve MUITOS jogadores expulsos no final de partidas decisivas (mata-mata), geralmente quando estávamos perdendo, o que mostra certo descontrole. Bate no jogo, quando é pra bater!
Goleiro Obsoleto: o futebol moderno não permite um goleiro que não jogue com os pés, é ter 1 a menos em campo. Não precisa ser um craque, driblar todo mundo, interceptar bolas... Trata-se do básico da função. Repor a bola com qualidade e não se apavorar quando ela vem pra você. Cada vez que o Cássio toca na bola, ele devolve a posse para o adversário e temos que retomá-la. Nos esportes americanos isso se chama 'turnover' e geralmente é quando o outro time se aproveita, porque você não está organizado e preparado.
4-1-4-1: pra mim o maior dos problemas. Te obriga a ter no time um volante cabeça-de-bagre e o pior te tudo, sozinho entre as linhas. E também carece de um centroavante encorpado, que tenha bom domínio de bola e saiba jogar de costas. Guerrero era um monstro nesse aspecto, nunca vi ninguém matar as bolas que vinham estouradas como ele. Jô também já fez bem esse papel, antes de se aposentar.
Secretários de Lateral: consequência desse esquema. Só no Brasil os atacantes voltam até o próprio escanteio pra marcar. Isso não faz nenhum sentido... Usar como um artifício esporádico em determinado jogo até é OK, mas durante 90 minutos e no campeonato todo beira o absurdo.
Linha de Zaga Baixa: os nossos zagueiros não saem de trás (e olha que o João Vitor tem muita qualidade técnica pra isso hein). O time não tem desafogo e fica muito fácil para os atacantes adversários pressionarem e forçarem o chutão. É por isso também que a gente recua tanta bola e que em todos os jogos fica aquele toca toca insuportável entre zagueiro-lateral-goleiro. São sempre os jogadores com mais passes na partida... Enquanto isso o adversário descansa e se recompõe.
Marcação Pressão: já perceberam que a gente sempre joga esperando o adversário? Intensidade zero. Por isso quando jogamos contra times que tem uma transição rápida como Flamengo, Palmeiras e Bragantino sempre tomamos um sacode. E contra times pequenos também sofremos, porque eles ficam esperando um erro pra partir no contra-ataque, mas nesse caso, como são menos qualificados, tem também menos chances por jogo. Esse ano tivemos vários jogos em casa onde isso aconteceu. Juventude, Cuiabá, Bahia e até a Chapecoense tiveram muito a bola e ameaçaram por diversas vezes.
Jogar por uma Bola: não preciso nem dizer né? ! Postura de time pequeno. E é ainda mais lastimável se analisarmos a qualidade técnica do nosso time. O que aconteceu contra Sport, Flamengo, Galo, São Paulo entre outros é inaceitável. Como pode um time de futebol não dar 1 único chute a gol durante os 90 minutos de jogo. Estou citando partidas desse ano, mas isso já acontece há muuuuuitos anos. Libertadores e Mundial de 2012 as coisas já eram assim, pra não mencionar a segunda passagem trágica de Carille.
Enfim, acho que ninguém vai ler porque ficou muito grande, mas é isso. Chega de Tites, Carilles e Sylvinhos... VAMOS OLHAR PRA FRENTE!