Karina Lopes
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em Bate-Papo da Torcida > CADA UM VÊ O QUE LHE CONVÉM ou A BALBÚRDIA CORINTIANA
Em resposta ao tópico:
CADA UM VÊ O QUE LHE CONVÉM ou A BALBÚRDIA CORINTIANA.
A propósito da manifestação da torcida do Corinthians, não é de hoje que os corintianos são assim. Assim, como?
Baderneiros, desordeiros, vândalos? Não! Alegres, participativos, atuantes, cheios de energia, desassombrados,
amantes do clube tanto quanto da vida. São daquele tipo de gente que não espera acontecer, faz a hora.
O hino do Corinthians diz que este é ' o clube mais brasileiro'. Por clube, entenda-se tudo que o envolve, inclusive
e principalmente o seu maior patrimônio, sua razão de exister -- a sua torcida. A importância da torcida para um
clube, corresponde à do povo para um país. Segundo Tolquinho, ' ser corintiano é ser um pouco mais brasileiro'
O Corinthians nasceu da vontade da base da população, foi idealizado e fundado por operários. Diferentemente
dos clubes aristocráticos, que nasceram em berço de ouro mas hoje sequer existem, o alvinegro nasceu sem
material algum.
A primeira bola, o primeiro campo, o primeiro uniforme, a primeira sede, foram conseguidos
aos poucos, com luta, esforço, vontade, dedicação e mobilização. Sim, mo-bi-li-za-ção. Pois, desde o início,
os moradores do Bom Retiro adotaram o Corinthians e fizeram dele a sua cara, a sua alma, ' a mais completa
tradução' da comunidade, da coletividade. Mobilizar-se com um determinado objetivo está na raiz do
Corinthians, está na alma do corintiano, seja para comprar (sim, comprar e não '' furtar') a primeira bola, seja para
transformar uma área abandonada e cheia de mato e entulho em campo de futebol, seja para suportar 23 anos sem
títulos, seja para ir ao Rio de Janeiro, seja para ir ao Japão, seja lá para o que for.
À certa altura dos anos vinte do século idem, o grande escritor/pensador modernista Menetti Del Picchia declarou
que o Corinthians era um fenômeno sociológico digno de estudo. E continua a sê-lo, e o será sempre. Existem os que
têm medo do povo mobilizado, por isso o recriminam quando tal acontece. E, nestas horas, vêm apenas o que
lhes convém. Estes viram baderna e vandalismo na manifestação/mobilização coriantiana da segunda feira
pelas ruas de São Paulo e no aeoroporto de Cumbica. Outros, como eu, viram uma multidão com a felicidade
estampada na cara, cheia de esperança e fé, carregada com a mais positiva das inergias, a reafirmar na prática
que é com mobilização/atitude, e não com comodismo/medo que se conquistam vitórias e se concretizam sonhos
impossíveis.
Evandro da Costa Favacho - 06/12/2012