Marcelo Franco
4-1-4-1 como já foi demonstrado. A questão é a função do Ralf. Ele se posiciona atrás da linha de 4 composta por Jadson, Renato, Emerson e Elias.
Dessa forma evita uma flutuação dos meias adversário nas costas da nossa linha de marcação.
Mas se a jogada vai para as laterais, o Ralf precisa dar 3 passos para trás e ajudar a defesa na jogada aérea.
É um esquema muito bom defensivo, e funciona ofensivamente porque o meio campo está jogando bem. Principalmente Elias e Jadson.
Renato ainda o vejo abaixo dos outros embora tenha sido fundamental na vitória em casa contra o Once Caldas.
Esse precisa chegar mais à frente, entrar mais na área e fazer mais gols. Assim como o Jadson.
Não pode ficar tudo nas costas do Elias... Daqui a pouco marcam ele e o jogo termina 0x0.
Está faltando meia entrar na área com mais frequência e mais cruzamentos para área em jogadas de linha de fundo.
em Análise dos jogos > A tática de Tite, por que a imprensa brasileira ainda não entendeu?
Em resposta ao tópico:
É comum, antes dos jogos, as escalações saírem em sites como globo.com, indicando a provável escalação e apontando o esquema tático. Várias dessas vezes ele é apontado como 4-4-2 ou até 4-3-3, entretanto, é visível no decorrer dos jogos o 4-5-1, ao menos pra mim, que acompanho o futebol europeu com certa frequência.
O time titular é, Cássio; Fagner, Felipe, Gil, Fabio Santos; Ralf; Jadson, Elias, Renato Augusto e Emerson; Guerreiro. Um esquema tático agressivo e defensivo, que depende do vigor físico e do comprometimento dos jogadores em campo, mas que, além disso, confunde técnicos e jogadores adversários.
A linha de zaga é a mesma dos tempos de Mano Menezes, sendo ela uma arma poderosa para que o time tenha sofrido apenas 4 gols na temporada, um de cada time, Colônia e Bayern na Flórida, Once Caldas na Libertadores e Botafogo no Paulistão. Os laterais apoiam fazendo triangulação, tem qualidade de passe e de finalização além de terem velocidade pra conter o ataque adversário, nisso, não ajudados pelos dois meias que ficam a frente. Cruzamento não chega, a lateral é protegida. Na zaga, o avanço é pouco, permanecem estáticos lá, abrindo o jogo com passes e lançamentos médios, nisso, são apoiados por Ralf. O volante que fez 300 jogos pelo Timão não possui técnica apurada e por vezes é um perigo com a bola nos pés, por isso rapidamente passa, ou aos laterais, ou aos meias, porém defensivamente é uma muralha, na entrada da área cerca o adversário, impedindo o tiro de longa distância, fecha a saída dos zagueiros e dos laterais, além de ser extremamente eficiente na bola aérea. Lançamento não passa e a marcação impede o toque de bola objetivo.
Com isso podemos afirmar que a defesa é uma das, senão a, melhor defesa do Brasil. O problema seria, em caso de lesão ou suspensão, quem entra?
Edílson é mais lento que o Fagner, porém é mais forte e melhor marcador, tem um tiro potente a longa distância e é bom batedor de faltas. Na zaga, não faltam opções. Dracena é seguro e experiente, Yago tem coa constituição física e compõe bem a linha, além de Rodrigo Sam que ao meu ver é uma promessa digna de atenção. Na lateral esquerda, Uendel é quase um meia, apoia bem e tem ótimo toque de bola, seu defeito é a marcação, porém é esforçado e com o comprometimento tático dos outros jogadores isso quase não é sentido. De cão de guarda? Cristian, com uma saída de bola melhor do que Ralf, marcação perfeita e liderança se equipara ao nosso líder da camisa cinco, não sei qual dos dois deve ser titular, que dor de cabeça do Adenor ein?
Agora chegamos a um ponto crítico, com um time tão defensivo, no que Tite se reciclou? Ainda somos um time que joga pelo empate? Mas espera! São cinco jogadores na defesa, cinco! Além disso os laterais apoiam o jogo inteiro. O que nos leva a linha de quatro a frente de Ralf.
Jadson, Elias, Renato e Sheik. Uma linha de técnica, mas também tática, que desconstrói e sistema defensivo adversário. Renato e Jadson tem o toque de bola refinado, podem dar o último passe pra deixar um companheiro na cara do gol, além disso se apresentam, ambos já balançaram a rede nessa temporada e podem ser armas para surpreender os adversários. Elias voltou comendo a bola, está liso, passa fácil pelos marcadores, toca a bola, preenche o campo, faz o time jogar. Infiltra como Paulinho, ou melhor, como Elias, finaliza com frieza e inferniza os zagueiros oponentes. Sheik é o drible, a catimba, a provocação. Mas também é a calma, a experiência. Não estava contente com seu retorno, mas até agora o extra campo não tem sido o suficiente para que ele seja banco, é a cara da Libertadores, tem estrela.
Como uma linha de meio tão boa pode ser tão ofensiva sem comprometer a defesa? Como já disse, Jadson fecha a lateral com Fagner, Elias acompanha mas fecha mais centralizado, assim como Renato, Sheik faz o lado esquerdo. Todos marcam quando precisam e mais do que isso, pressionam o adversário no seu próprio campo, o que muitas vezes gera gol no início da partida.
Suplentes são muitos, porém, são tão capazes quanto. Petros, Bruno Henrique, Danilo, Malcom, Mendoza, Marciel, Cassini. Todos podem atuar ali.
Na frente, Guerrero tem sido desfalque, mas é titular absoluto. Danilo tem cumprido bem o papel, mas é temporário. Vagner Love é uma incógnita e Romero parece não fazer parte dos planos. Luciano precisa reencontrar o bom futebol e Tocantins e Vasconcelos, este último sendo aos meus olhos um jogador fantástico, somente compõem elenco. Mas mesmo com esta indefinição ofensiva o time funciona, pois nesse esquema, até eu faria gols se ficasse lá na frente.
Um time maduro, que pode mudar sua disposição durante o jogo, mas que engole os adversários do jeito que é, 4-5-1. Com atacantes fazendo as vezes de meias para usar a velocidade em infiltrações, um time versátil, um time único. Um time que vai fazer história. Um time com a cara de Tite.
