Teo Gutierrez cresceu no bairro de La Chinita, na cidade de Barranquilla, Colômbia
O torcedor do Corinthians, além do amor ao clube, orgulha-se de ser 'maloqueiro e sofredor'. Téo Gutierrez, alvo da equipe alvinegra, nunca vestiu a camisa do clube, mas incorpora como poucos esse mantra das arquibancadas. Mais do que zagueiros, ele driblou muitas dificuldades para ser artilheiro.
Antes de ser eleito o melhor jogador da América do Sul em 2014, por suas atuações no River Plate, o colombiano conheceu a violência no bairro de La Chinita, na cidade de Barranquilla. Um lugar pobre, que marcou sua infância, mas que ele também fez questão de não esquecer, mesmo depois da fama.
Em 2014, depois de realizar o sonho de disputar uma Copa do Mundo e viver, talvez, seu melhor ano como jogador profissional, Gutierrez virou Papai Noel, distribuindo bolas e bonecas para as crianças de La Chinita. De camisa regata, sorriu, posou para fotos... E cobrou as autoridades por mais estrutura.
Entre balas e bolas
Certa vez, em entrevista ao jornal argentino ‘La Nacíon', Gutierrez falou sobre o ambiente que cercou seus primeiros anos de vida. 'Nasci em La Chinita, um bairro humilde de Barranquilla. Era muito complicado viver lá, as pessoas tinham medo, os táxis não entravam... O futebol me tirou de uma guerra.'
É outra conversa com jornalistas que ajuda a entender melhor as raízes do jogador. Em maio de 2014, no River, Gutierrez resolveu atender a revista 'La Garganta Poderosa', do movimento 'La Poderosa', de ativistas argentinos. A entrevista tinha local marcado para acontecer, mas os planos mudaram...
'Sim, vamos fazer a matéria, mas não aqui. Quero conhecer uma favela', disse o colombiano, quando deixava o treino do River Plate. Gutierrez e o entrevistador foram para a vila de Zavaleta, região pobre no bairro de Pompeya, em Buenos Aires. A consciência social do atacante é igualmente surpreendente.
Gutierrez comemora com a camisa da Colômbia
'Acho que quem fala mal deveria visitar mais vezes estes lugares, para conhecer a verdade. Daqui saem as mulheres mais lindas, os melhores estudantes e os maiores jogadores de futebol. O problema é que esses bairros não têm recursos suficientes, mas, ainda assim, muitos conseguem seguir e ser felizes'.
Palavras que contrastam com o destino, normalmente, traçado para o jovem que cresce em um bairro pobre. Gutierrez reconhece que é exceção. 'Em geral, nos bairros humildes, você está mais exposto. Diante da falta de tantas coisas, muitas vezes se aprende o mal mais rápido do que o bem', afirmou.
Polêmicas
Na Argentina, a influência negativa de La Chinita é apontada como responsável por um episódio que acabou com a passagem de Gutierrez pelo Racing, em 2011. Depois de ser expulso na derrota em um clássico contra o Independiente, o colombiano foi cobrado por colegas no vestiário e sacou uma arma.
'Não sei se ela era real ou de brinquedo, mas isso é uma história séria. Ele não treinará mais com o time profissional e em breve sairá. É impossível que ele volte a jogar com a camisa do Racing. Como jogador é excepcional, mas seu ciclo está terminado', disse, o então presidente do Racing, Gastón Cogorno.
Em 2014, Gutierrez foi campeão da Sul-Americana
'Admito que me equivoquei, e quero dar uma mensagem a todo mundo: nenhuma criança deve usar armas, nem se envolver com isso. São erros que cometi, como jogador e pessoa, mas quem me conhece sabe quem sou. Houve muita atenção a isso, mas todas versões foram mentirosas', explicou Gutierrez.
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