Rafael K
Belíssima análise. Acredito que o Tite está 'em busca da batida perfeita'. O time do ano passado é quase utópico. Funcionava com maestria e harmonia em todos os setores, tendo a flutuação do Renato e o poder de decisão e técnica do Jadson. O que temos hoje é um Corinthians com outra cara. O time perdeu um pouco na técnica (dificilmente encontraremos outro Jadson num futuro próximo) mas ganhou muito na movimentação e capacidade de improviso. Tite precisa se adequar às peças que possui. Ele está no caminho certo.
em Bate-Papo da Torcida > O novo Corinthians que com o tempo pode voar
Em resposta ao tópico:
Em detrimento da vontade de alguns torcedores que pedem desesperadamente pelo Marlone, ainda assim Tite mostra que pode tentar se reinventar.
Em 2013, Tite morreu abraçado com Romarinho e Sheik. Em 2016, parecia morrer abraçado com o esquema tático. O problema não é ter preferência por Rodriguinho, Lucca ou André.. Mas de por quem ele acha que melhor se encaixar no esquema. Com duas eliminações e futebol estagnado, parece que o professor resolveu mudar a estrutura tática. Finalmente percebeu que o elenco 2016 não tem a mesma mecânica de execução do seu modelo de 4-1-4-1 que o elenco do ano passado. Falo 'modelo de 4-1-4-1' por que o esquema pode ser executado de diversas formas. O Flamengo de Muricy joga no 4-1-4-1 e... Bom, você já sabe a qualidade.
O modelo de Tite até então era formado por uma alternância de movimentos. Linha de 4 (esquerda para a direita): infiltra, arma, infiltra, arma. Nessa mecânica Malcom, Renato, Elias e Jadson se sobressaíram. O time desse ano não tem ninguém que desempenhe a função de armador pelo meio. Rodriguinho e Guilherme foram os usados. G. Augusto o mais pedido. Nenhum dos três tem condições de fazê-la.
Tite mudou.
As laterais estão trancadas. Então, meias de qualidade no passe e no drible foram colocados abertos. G. Augusto na esquerda e M. Gabriel na direita. Tite deixa de ter apenas qualidade no passe nas laterais. Tite agora tem passe, drible, força e capacidade de fechar espaços. Guilherme será o jogador coringa. Forma a linha de 4 para triangular (atacando o espaço, ou abrindo-o para a passagem de Uendel) ou avança para jogar atrás de André (posição em que mais rendeu na carreira). Por falar em André, esse será um dos mais beneficiados. A tendência é que menos bolas quadradas cheguem e o pivô seja constante. Elias, por sua vez, continuará executando exatamente os mesmos movimentos. A diferença é que sua infiltração e o corte para o meio do Marquinhos abrem a avenida para Fagner, melhor jogador do ano no Corinthians.
O mais legal é que a linha de quatro do Corinthians agora não tem função predefinida. A linha é multante. Seria algo como:
Arma/fecha; Arma/infiltra/ataca; Fecha/Infiltra; Arma/Infiltra/Fecha
Se a torcida não for chutar o carro de ninguém e deixar o time trabalhar, creio que terminaremos o ano de novo como melhores do Brasil.
