Kalew Amorim
Parabéns pelo tópico! Concordo com os seus argumentos. A maioria dos 'nãos' que o Corinthians recebeu, foram justamente pelo fato de que não queriam assumir o Corinthians depois do Tite. Só o fato de ele aceitar esse desafio, já é motivo de respeito. Se a torcida deixa-lo desenvolver o seu trabalho, renderá bons resultados. Os times dele tem uma defesa eficiente, mas não abre mão de atacar. Estou otimista, e quero muito que ele nos dê muitas alegrias.
em Bate-Papo da Torcida > Algumas informações sobre Cristóvão Borges
Em resposta ao tópico:
Vejo que tem muito gente falando coisas sobre o Cristóvão que passam longe de fatos, então resolvi abrir este tópico pra uma discussão mais sadia sobre o trabalho dele.
Como jogador, ele jogou na maior parte dos times do país e teve uma breve passagem na seleção. Depois, ele foi auxiliar técnico por 13 anos, tendo visto de perto o trabalho de grandes treinadores. Até que em 2011 com o AVC de Ricardo Gomes, ele assumiu o Vasco da Gama.
Neste momento, o que queriam do Cristóvão era que mantivesse a a ideia do Ricardo Gomes, pois o time vinha bem. E foi exatamente o que ele fez, mas ainda conseguiu alguns ajustes que fizeram o time subir de produção. Ele foi muito elogiado na época e muitas das partidas daquele time mostraram uma excelente organização tática. As mais famosas são os duelos com o Timão na Libertadores, onde se não fosse a defesa do Cássio ao chute de Diego Souza, nosso time teria sido eliminado. Após isso, o Vasco foi vice-campeão do Brasileirão e ganhou o prêmio de melhor treinador.
Por conta do bom trabalho em 2011, ele foi efetivado em 2012, conseguiu um bom aproveitamento no início, mas depois de uma série de maus resultados, pediu demissão, mesmo contra a vontade do elenco e do presidente do clube.
Após sair do Vasco, recebeu muitos convites pra treinar equipes, mas recusou porque queria estudar um pouco, então só no ano seguinte que assumiu o Bahia.
O time nordestino tinha acabado de fazer a pior campanha no história estadual, sofria uma crise técnica e política, o rebaixamento era dado como certo, mas com organização tática o time terminou o Brasileirão no meio da tabela.
Sobre este período, quero destacar duas matérias. A primeira é o jornalista e analista tático André Rocha, sobre o jogo Bahia e internacional:
Reparem que no final da matéria o autor afirma que o Cristóvão é leitor do blog e concordou com a análise.
A outra é do Tim Vickery, jornalista britânico, que trabalha na Sportv e é correspondente da BBC:
http://www.bbc.com/sport/football/24203814 
Manuel Pellegrini & Mauricio Pochettino buck a coaching trend - BBC Sport Tim Vickery asks why many South American coaches struggle to enjoy success in European football. bbc.com
Aqui o inglês elogia o conhecimento tático e a ética de Cristóvão, mas que ele pode modesto de mais para o seu próprio bem.
Em 2014, assume o Fluminense que no ano anterior havia ficado em 15º no Brasileirão e sem grandes reforços leva o time ao 6º lugar. Porém, começa a receber muita pressão da torcida por não ter se classificado para a Libertadores e por ter sido eliminado cedo na Copa do Brasil e na Sul-americana. A diretoria avalia positivamente seu trabalho e renova o contrato por um ano.
Em 2015, o Fluminense passa por uma crise, com a saída da Unimed e cortes no elenco, neste processo de remontagem do time, o tricolor carioca não se classifica para a semifinal do estadual e Cristóvão é demitido.
No mesmo ano, assume o Flamengo, que vinha numa fase ruim com Luxemburgo. Logo de cara, enfrente muita rejeição da torcida, poucos eram à favor da sua contratação, um reflexo dos resultados recentes no Fluminense e da opinião da torcida tricolor. Quem acompanha o meio esportivo deve se lembrar bem da passagem dele no rubro-negro, o time jogava bem, dominava os adversários, mas as vitórias não vinham, os atacantes passaram por longos períodos de jejum, depois o time perdeu organização com a derrotas e a defesa perdeu a solidez. O principal cobrado pela torcida foi o técnico, que nunca foi aceito, acabou não suportando a pressão e pediu demissão.
No fim do ano, se tornou o quinto técnico a dirigir o Atlético Paranaense na temporada, assumiu o clube em 11º no Brasileirão, mas que com a má fase já temia o rebaixamento, e terminou em 10º. No início do ano, estava no processo de montagem da equipe, realizando muitos testes, passou quatro jogos sem vencer e foi demitido.
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Estes são os fatos sobre o treinador. Ele tem bom conhecimento de futebol, bom controle de vestiário. No entanto, ele não suporta pressão. Todas as vezes que as torcidas pressionaram, ele pediu demissão. Pessoalmente, eu acho que se a Fiel abraçar o cara e apoiar, ele pode trazer muitas glórias ao Timão. É um cara honesto, inteligente, justo. Coisas difíceis de se encontrar no meio do futebol.
Muitos aí estão perguntando o que ele ganhou, mas querem nomes como Fernando Diniz e Sylvinho que também não ganharam nada. Só o segundo lugar no Brasileirão já é mais do que a maioria dos técnicos iniciantes. Tem que lembrar também que que fora o Vasco, ele não teve times pra ganhar campeonatos, no Bahia, por exemplo, só de não cair já foi uma grande vitória, o time era horrível, mas ele conseguiu ajeitar.
Cristóvão não é um cara de personalidade forte, não vai dar grandes entrevistas transferindo os problemas, então cai tudo nas costas dele. Se o Luciano não marcar vai ser culpa do Cristóvão, se o Yago cometer pênalti, vai ser o Cristóvão que desarrumou a defesa. E assim o trabalho vai enfraquecendo. Cabe a gente apoiar neste período de transição, não culpá-lo por tudo. Pois é um cara com grandes virtudes e juntos podemos ver o Corinthians campeão.
