Rafael Fantinelli
As vezes eu me pego pensando que quando criança, meu pai palmeirense e um dos meus irmãos que também era palmeirense fizeram de tudo para eu torcer para as pepas. Eu que não gostava de futebol, fui convidado pelo meu irmão mais velho para ver um jogo do Corinthians, Corinthians 4x3 Flamengo pelo Rio São Paulo de 2001.
O que vi lá não foi apenas um time, mas vi uma paixão, uma torcida que apoiava, gritava, celebrava... Não foi apenas o jogo que me encantou mas o amor que exalava dessa torcida.
Um amor que esteve em cada vitória, empate ou derrota. Um amor que teve como base não uma era vitoriosa, mas sim uma era de seca, a torcida fiel não aos títulos ou aos grandes jogos bonitos e vistosos, mas fiel ao time.
Um amor que quando fomos rebaixados, estávamos presentes apoiando grandes 'craques' como Saci, Otacílio Costa, Herrera. Gritar a cada carrinho, celebrar a cada gol, sofrer a cada jogo como se fosse o último.
A marca da gaviões sempre foi apoiar, amar, cuidar quando o time está mal, brigar por resultados, mas nunca vi a Gaviões brigar porque acha que o esquema tático usado desfavorece o jogador A ou B porque o time adversário fez 3 gols e nós 1.
Não me recordo da torcida reclamar pelo time estar classificado em vários campeonatos, com um elenco repleto de jogadores que podem dar conta, simplesmente porque acha que o técnico que fez tudo isso com um time em construção, que vem de anos com títulos não sabe avaliar a qualidade de um jogador que treina com ele.
Eu quero mesmo saber, onde está a verdadeira fiel torcida? é você esse torcedor? Ou você é só um modinha que se não jogar com craques milionários um futebol vistoso não está bom?
Eu sei quem eu sou, eu apoiarei até o fim, e quando acabar continuarei apoiando pois essa é a essência da torcida que eu conheci e aprendi com ela o que é amor.