x
Rodrigo Santos
Prezado Igor,
Concordo com você quando faz descrição das torcidas, e até mesmo concordo com o que gosta e com o que não gosta. Porém, não concordo com sua conclusão.
Venho advogando aqui que não se pode dizer como torcer. Não tem certo nem errado.
As confusões e brigas em torcedores do mesmo time acontecem porque tem sempre alguém querendo dizer como se deve torcer.
Cada um torce como quer.
DEMOCRACIA CORINTHIANA!
em Bate-Papo da Torcida > Como não se deve torcer
Em resposta ao tópico:
Eu sempre critico os cornetas daqui. Porque nossa torcida já aguentou times sofríveis e sempre apoiou. A única coisa que a gente nunca aceitou foi jogador fazendo corpo mole. Aí o pau come.
Por que estou falando isso? Porque resolvi ver na TV agora, SPFC x Bahia pela Copa do Brasil, no Morumbi. O Bahia ganhou de 1x0.
Nos últimos minutos, com o SPFC sufocando o Bahia, a torcida começou a vaiar. O Bahia tomava a bola e tocava, a torcida gritava olé.
Imagina, você lá dentro do campo, correndo igual doido pra empatar o jogo e seu torcedor começa a vaiar você. Acaba o gás na hora.
Comportamento ridículo, inaceitável entre nós. Eu ia muito no Pacaembu e sempre que alguém começava a cornetar os caras ficavam putos da vida. Eu já vi sair até briga por causa disso. Vaiar durante o jogo então, acho que dava morte.
Nossa torcida, faça chuva ou faça sol, sempre fez o seu papel. Nós sempre fomos uma avalanche, que empurra o time com a força do grito, da oração, da fé, da mandinga.
Basta ver o aproveitamento nos nossos estádios para comprovar o que estou dizendo. Na Ponte Grande, mais de 80%. Na Arena e na Fazendinha, mais de 70%.
Eu senti vergonha alheia de ver a pior torcida do mundo mais uma vez. E eu descobri que é a pior torcida do mundo ainda adolescente, pois tinha um amigo que ia muito no Morumbi com o pai dele e me chamava pra ir junto. Eu, como sempre gostei de futebol, ia à paisana e já achava ridículo o comportamento.
Um dia eu levei ele no Pacaembu. Ele odiava o Corinthians mas foi assim mesmo.
Fomos ver um 3x2 contra o Mogi Mirim, no tobogã. Nosso ataque era Didi e Mirandinha (e vocês reclamando do Boselli e do Love).
Como sempre, cantamos o jogo todo.
Já chegando aqui no bairro ele disse:
'Eu descobri porque eu odeio vocês. É porque parece um culto de igreja os jogos de vocês. Dá até raiva. Parece doença isso.'
Hoje, não tenho mais amizade com ele. Seguimos caminhos diferentes. Mas foi através dele que descobri como não se deve torcer.
E sim, eu sou doente. De 1989 quando comecei a acompanhar de verdade até hoje, se eu perdi de ouvir no rádio, ver na TV ou no estádio 50 jogos do Corinthians foi muito. Eu já saí de emprego que trabalhava das 14:00 às 22:00 porque eu comecei a perder os jogos.
E sabem por que?
Por aqui é Corinthians!
