Giuseppe Mari
Neco é monstruoso...
assim como idário, sangue azul
Tem o rato, del debbio, claudio, luizinho, baltasar. Várias lendas do time do povo
em Bate-Papo da Torcida > 100 anos do primeiro título da seleção brasileira
Em resposta ao tópico:
Mas aí vocês me perguntam. O que isso tem a ver com o Corinthians?
Eu respondo.
Tudo!
Em 1919 o estádio das Laranjeiras, que pertence ao Fluminense até hoje, foi construído para abrigar o terceiro campeonato sulamericano de futebol, que seria a Copa América de hoje. Participaram do torneio o Brasil, o Chile, a Argentina e o Uruguai.
O trio de ataque da seleção era só os três melhores jogadores do estado de São Paulo. O Friendenreich do Paulistano (pai do SPFC) que é considerado o primeiro grande craque brasileiro, o Heitor do Palestra Itália (Palmeiras hoje) que ainda é o maior artilheiro da história do nosso rival e o Neco do Corinthians, nosso primeiro grande ídolo.
O Neco é provavelmente o responsável pelo nosso DNA raçudo. Ele merece uns 50 tópicos só pra contar a história dele.
Os dois pontas, já que se jogava no 2-3-5 naquela época, eram do Santos. O Milton e o Arnaldo.
E mandando na armação da seleção estava outra lenda nossa, Amilcar Barbuy.
Logo no primeiro jogo, 6x0 no Chile com show do Neco e do Friendenreich com dois gols de cada.
Segundo jogo, 3x1 na Argentina com um golaço de cobertura da intermediária do Amilcar Barbuy.
Terceiro jogo, depois de estar perdendo por 2x0 para o Uruguai, o Neco mostrou sua raça comandando a reação e fazendo os dois gols do empate por 2x2.
No jogo de desempate contra o Uruguai, de novo o Neco roubou a cena fazendo a jogada pela ponta direita, cruzando a bola para o Heitor que chutou para a defesa do goleiro. No rebote, o Friendenreich encheu o pé para fazer 1x0 e dar o primeiro título para a seleção brasileira.
Uma pena que não há registros do Neco jogando. Hoje ele não seria nosso maior ídolo. Ele seria um semi Deus. Ele jogou por 17 anos no Corinthians, fez 313 jogos e 239 gols.
Correu atrás de um árbitro que estaria prejudicando o Corinthians com o cinto na mão, quase levou um tiro ao encarar e agredir um dirigente da Portuguesa que invadiu o campo armado em 1928. Invadiu nossa sede que fora fechada para penhora, afim de recuperar os troféus, materiais de jogo e demais peças de valor.
Após encerrar a carreira, foi nosso técnico por duas vezes além de dirigente.
Infelizmente faleceu alguns meses antes do gol do Basílio em 13/10/1977, que tirou nosso clube da fila de 23 anos.