Casagrande contradiz Roberto de Andrade e exalta Democracia Corinthiana
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Por Meu Timão
Um dos responsáveis pela Democracia Corinthiana, o ex-jogador Casagrande fez questão de responder as declarações feitas pelo presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, durante seu depoimento na CPI do Futebol nessa semana.
Roberto afirmou que o ato "pouco contribuiu ao clube" e que apenas dois ou três jogadores mandavam no elenco, ao contrário do que era divulgado na mídia. A declaração não foi bem aceita pelo ex-atacante, que explicou a importância do ato dentro e fora dos gramados.
"A Democracia Corintiana foi um dos movimentos mais importantes, se não o mais importante, da história do futebol mundial. Teve participação ativa na redemocratização do país. Nós vivíamos em uma ditadura militar e as coisas estavam meio paradas, as pessoas estavam desgastadas. Apesar da anistia em 1979, não acontecia nada de novo, não surgia nada com força e expressivo para a gente lutar pela democracia no Brasil. E então surgiu a Democracia Corintiana", explicou Casagrande, em entrevista à Folha de S. Paulo.
"Em termos de futebol, a Democracia foi bicampeã paulista, em 1982 e 1983. Chegamos a duas semifinais do Brasileiro, em 1982 e 1984. O Corinthians ficou conhecido internacionalmente através da Democracia Corintiana. Há vários documentários internacionais sobre a Democracia Corintiana. Já recebi jornalista de muitos lugares do mundo para falar sobre o assunto. A Democracia Corintiana foi grande", completou o ex-atacante.
Atualmente comentarista, Casagrande deixou claro que respeita a opinião de Roberto de Andrade, mas disse que o presidente se inclui em um grupo de pessoas incapazes de participar de uma democracia.
"Quanto ao Roberto de Andrade, ele está sem conhecimento de causa para falar. Não tem propriedade alguma para falar. Se é uma opinião dele, eu respeito. Mas posso dizer que fomos bicampeões paulistas. Para aquela época, era bastante. O Corinthians não ganhava um bicampeonato há anos. O time não tinha um artilheiro do Paulista desde 1966, e eu fui em 1982. Para o futebol do Corinthians, acho que acrescentou muito. E se você for conversar com aqueles que realmente gostam e torcem pelo Corinthians, você vai ver o tamanho e a importância da Democracia Corintiana", ressaltou.
"Essas pessoas que ele fala que mandavam éramos eu, Wladimir, Sócrates e Adilson [Monteiro Alves, diretor de futebol à época]. As pessoas que eram contra a Democracia ou que não sabem o que é uma democracia falam isso. Aquelas pessoas que não têm poder ativo e que não têm personalidade para participar de uma decisão sempre falam que dois ou três que mandam em uma democracia. Mas são essas pessoas que são incapazes de participar. E eu acho que o senhor Roberto de Andrade é dessa maneira", finalizou.