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Você foi grande!
Dói dizer, mas não dá para negar que Jô acertou - depois de muito errar
Opinião de Julia Raya
Acho que o torcedor vai demorar um pouco para se acostumar com a ideia de não ter mais Jô no Corinthians. Mas, no final, essa foi a melhor decisão.
Não foi a roda de pagode que fez o atacante sair do Corinthians. Foram os acúmulos de erros ao longo desta terceira passagem. Talvez não existisse mais clima para Jô no clube do Parque São Jorge, tanto de maneira interna, entre os jogadores e funcionários, quanto de maneira "externa", com a torcida.
A terceira passagem de Jô não foi nem de perto a mais brilhante. As outras duas competem pela posição, cada uma com sua devida importância. Para mim, a segunda delas fica com o posto e é ainda mais marcante - até porque da primeira nem me recordo. E é daquele Jô que dá vontade de lembrar.
Jô é ídolo do Corinthians e não dá para não ter carinho por ele. Guardo exatamente com este sentimento as lembranças daquele 15 de novembro de 2017, quando vi das arquibancadas da Neo Química Arena o então camisa 7 comandar a virada do Corinthians contra o Fluminense e ajudar consagrar o heptacampeonato brasileiro do Timão.
Também ficaram marcados o primeiro Dérbi daquele ano (seu primeiro na segunda passagem), quando ele garantiu a vitória depois da expulsão (errada) de Gabriel, e o terceiro gol na vitória por 3 a 2 na partida do Brasileirão daquele ano.
O grande e decisivo Jô que vimos na segunda passagem, infelizmente não vimos na terceira. Em seus últimos anos no Corinthians, principalmente recentemente, o atacante deu alguns lampejos de um bom futebol e por vezes deixou no torcedor a sensação de "agora vai", mas não conseguiu torná-la real.
Gosto muito do Jô, mas realmente não dava para continuar da maneira que estava. Além de entregar pouco futebol em campo, as pisadas de bola recentes foram recorrentes. Ele errou mais de uma vez, não foi só essa. A situação começou a beirar a falta de respeito com o clube, os companheiros de equipe e a torcida. Faltou "devolver" um pouco do bom tratamento que ele sempre recebeu.
Jô já não fazia mais tão bem ao Corinthians. E talvez nem o Corinthians ao Jô. Meu pai me disse hoje mais cedo, e eu compartilho desse pensamento: "Eu amo o Jô, mas eu amo mais o Corinthians".
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.