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Coluna do Lucas Faraldo
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Vem aí...

Foto de Vagner Mancini no último treino do Corinthians de 2020

Rodrigo Coca / Agência Corinthians

Pode o Corinthians de Mancini liderar o Brasileirão?

Análise de Lucas Faraldo

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No cenário inconsistente em que o futebol do Brasil e da América do Sul se encontra nesse fim de temporada 2020 (vide recentes atuações no Brasileirão e na Libertadores), acho bem provável que o Corinthians tenha ao menos um começo de 2021 interessantíssimo. Esse é o copo meio cheio dessa análise que convido vocês a lerem e depois comentarem abaixo.

Também faz parte da análise o copo meio vazio: a sensação de que o Corinthians poderia ter sido interessantíssimo também na temporada 2020 – como já vem sendo há um tempinho.

Respondendo à pergunta do título da coluna: o Corinthians de Mancini poderá liderar o Brasileirão de 2021. E poderia liderar o de 2020. Duvida? Só conferir abaixo.

Copo cheio

Dos times que hoje brigam pelo título brasileiro, pelo menos quatro estão instáveis: São Paulo, Flamengo, Atlético-MG e Internacional.

Diria que estão estáveis/em ascensão apenas Grêmio e Palmeiras. E com méritos de seguirem vivos no Brasileiro mesmo disputando títulos em outras frentes.

O Santos semifinalista da Libertadores, comparado nas últimas horas ao Corinthians de 2012 por jornalistas argentinos, abdica do Brasileiro e foca no título da Libertadores.

Onde o Corinthians entra nisso? O momento do time de Vagner Mancini nessa reta final da temporada de 2020 é um misto do que relatei sobre Grêmio, Palmeiras e Santos. Focado em um só campeonato, está estável/em ascensão, competitivo contra todos os adversários.

E projetando 2021, o Corinthians tem tudo pra entrar na nova temporada com um dos times mais estáveis do Brasil. O casamento de Mancini e Corinthians, por exemplo, parece hoje tão ou mais seguro que os de Diniz, Ceni e Sampaoli em seus clubes. O Inter é caso à parte, numa espécie de ménage à trois com Abel Braga e Miguel Ramírez.

Essa manutenção de trabalho, combinada aos (e justificada pelos) bons frutos que vemos num ascendente Corinthians de Mancini, já é animadora para um início de próxima temporada – nesse sentido, como não se via no clube desde 2014 para 2015 (nos anos seguintes, foram recomeços por troca de técnico* ou desmanche de elenco**).

* Abro exceção pra troca Mano Menezes/Tite por entender não ter havido grande ruptura ali.

** A ver, claro, se não haverá algo próximo de desmanche no Corinthians; o novo presidente demonstra muito otimismo na renovação de Cazares, cujo contrato expira em junho.

Copo vazio

O copo vazio fica pela sensação de abandono no departamento de futebol profissional do Corinthians principalmente no mês de setembro de 2020, que, de forma geral, reflete o que foram os últimos três anos de um clube que entrou em 2018 ostentando o heptacampeonato brasileiro e foi ladeira abaixo em termos de competitividade nacional e sul-americana.

O mês iniciou, como todo ano, com o aniversário do clube. O presente de 110 anos é que foi especial como poucas vezes na história centenária: o anúncio dos naming rights da agora Neo Química Arena. Focada no estádio, a então gestão do Corinthians perdeu na semana seguinte: seu diretor de futebol, Duilio Monteiro Alves, e seu técnico, Tiago Nunes.

Com Andrés assumindo as funções de presidente e diretor de futebol, Dyego Coelho, em circunstâncias completamente adversas, foi deixado no cargo de técnico por sete rodadas, tendo conseguido uma vitória e somado um aproveitamento de 28,6% dos pontos disputados.

Para efeito de comparação: o aproveitamento do Corinthians com Vagner Mancini no mesmo Brasileirão é de 66,7%, com sete vitórias em 12 jogos. São os mesmos 66,7% que sustentam o São Paulo com certa folga na liderança do campeonato (claro, em 28 rodadas).

Fica a sensação de que, com um pouco mais de atenção da última gestão ao futebol do Corinthians, esse time poderia hoje estar na luta pela liderança do Brasileirão-2020.

O que resta agora é se apegar ao copo meio cheio. E brindar a 2021!

Ao que tudo indica, vem aí um feliz ano novo.

Veja mais em: Campeonato Brasileiro , Vagner Mancini , Diretoria do Corinthians , Duílio Monteiro Alves e Dyego Coelho .

Por Lucas Faraldo Knopf

Jornalista pela ECA-USP e ex-Esporte Interativo, Jovem Pan e Lance!. Hoje trabalha no Meu Timão. Autor do livro 'Impedimento - Machismo, racismo, homofobia e elitização como opressões no futebol'.

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