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Bom ou ruim?
Trabalho de Danilo no Corinthians expõe antigo dilema do futebol de base
Opinião de Luis Fabiani
O trabalho de Danilo à frente da equipe Sub-20 do Corinthians é um tema impossível de se chegar a um denominador comum quando debatido. Defini-lo como bom ou ruim, varia muito de acordo com a forma como enxergamos o futebol de princípio. Afinal, nas categorias de base, o mais importante é revelar ou levantar taças?.
Fato é que, apesar de uma derrota frustrante em uma Neo Química Arena com 18 mil pessoas, o segundo lugar do Brasileirão Sub-20 não é um posto ruim. Assim como também é indiscutível que o Corinthians não teve atuações brilhantes ao longo de todo o campeonato.
No jogo de volta das quartas de final, por exemplo, o Corinthians foi plenamente dominado pelo América-MG em plena Fazendinha. Nas semifinais, não fossem atuações brilhantes do ótimo goleiro Kauê, o Flamengo provavelmente teria matado o confronto com 10 minutos de bola rolando.
Individualmente falando, é a melhor safra de um time Sub-20 do Corinthians em muito tempo. Não há uma equipe no Brasil que tenha jogadores como Wesley, Giovane, Breno Bidon e Pedrinho dentre as opções de banco, como Danilo teve neste domingo, contra o rival.
A impressão que fica é que, nesta temporada, os jogadores potencializaram muito mais Danilo do que o contrário. Caberia ao técnico corinthiano maior sensibilidade para entender o elenco que tinha em mãos e, assim, definir sua forma de jogar. Não é uma equipe que deveria passar a maior parte do tempo correndo atrás da bola, como fez na maior parte desta edição do Brasileirão Sub-20.
Eu sou partidário à tese que taças e revelações são coisas não necessariamente dissociáveis. Me parece plenamente possível produzir grandes jogadores ao mesmo tempo que consegue bons resultados nos campeonatos. Atletas precisam de confiança e levantar troféus é parte disso.
E não acho que Danilo seja mau treinador, pelo contrário. Vejo no eterno camisa 20 uma capacidade grande de montar times competitivos, aguerridos e disciplinados taticamente. Suas virtudes, no entanto, me parecem muito mais convenientes a um treinador de profissionais que um treinador de categorias de base.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.