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Retorno
Corinthians cede a pressão e trabalha para voltar aos treinos na próxima segunda-feira
Análise de Marco Bello
No último dia 26 de maio, o Corinthians, por meio do presidente Andrés Sanchez, publicou uma carta aberta para se posicionar contra o retorno aos treinamentos de futebol enquanto a pandemia de coronavírus não estivesse totalmente controlada.
“Futebol não pode se antecipar ao controle da pandemia”, dizia o texto.
No dia em que o Corinthians publicou a carta, havia 394.507 casos de Covid-19 no Brasil, com 24.593 mortes registradas.
Passados exatos 15 dias do posicionamento a favor da ciência e da segurança dos jogadores, a situação mudou. Agora, o Corinthians já trabalha para um retorno aos treinamentos na próxima segunda-feira, dia 15 de junho, no Centro de Treinamento Joaquim Grava.
Se engana quem pensa que o motivo da mudança de pensamento está embasado nos números da Covid-19. Hoje, o país tem 710.887 casos confirmados da doença, com 37,312 mortes. Em 15 dias, são 316.380 novos casos e 12.719 mortes.
Pandemia controlada? Muito pelo contrário. Só no Estado de São Paulo são 123.483 pessoas contaminadas pela Covid-19.
Mesmo assim, a pressão financeira parece ter sido maior. A Federação Paulista de Futebol fez um pedido ao governo do Estado para que os clubes voltem a treinar. O Corinthians não se opôs.
O Governo já se manifestou favorável. O clube aguarda apenas um parecer do prefeito Bruno Covas, mas já se prepara para o sim. A decisão deve ser apresentada em reunião nesta quarta-feira entre FPF e clubes.
Em meio à escalada de mortes, o futebol parece que irá se antecipar ao controle da pandemia.