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O Adeus!
Chicão, com exclusividade, para o Meu Timão
Opinião de Teleco
Chic�o, ou Anderson Sebasti�o Cardoso, resolveu deixar os gramados aos 35 anos. Chic�o tem n�meros muito expressivos com a camisa do Corinthians: seis temporadas no clube, 247 jogos, 42 gols e oito t�tulos. (veja os 42 gols de Chic�o no Corinthians aqui)
O �nico defensor do Corinthians com mais gols que Chic�o � Gran�, que marcou 50 nas dec�das de 1920 e 30.
Chic�o chegou ao Corinthians j� com 27 anos e mesmo tendo jogado por outros clubes, ainda � o 'Chic�o do Corinthians', sendo at� hoje ovacionado pela torcida toda vez que aparece na Arena.
Batemos um papo r�pido com Chic�o, onde ele fala um pouco de sua carreira e planos para o futuro.
Ent�o chegou o dia, n�o Chic�o? O dia que voc� deixa os gramados como jogador e entra para a hist�ria. Voc� se sente preparado para este momento? � uma sensa��o de perda?
Muito preparado. Foram sete meses em casa pensando muito at� tomar essa decis�o, decis�o dif�cil mas que um dia teria que acontecer. Acho que chegou o momento de passar de dentro do campo para fora dele. Claro que voc� fica chateado por isso, mas tem que ser consciente; um dia tudo isso acaba, um dia iria acontecer.
O que � mais f�cil, torcer pelo Corinthians ou jogar pelo Corinthians?
Acho que � mais f�cil torcer, porque l� dentro da Arena voc� tem a responsabilidade de representar 30 milh�es. Eu fui um dos poucos que tiveram essa oportunidade e tenham a certeza que l� dentro de campo sempre entrei com esse pensamento. Uma coisa que sempre carreguei comigo foi a vontade de vencer, pois sabia que muitos estariam felizes com o resultado final: t�tulos.
Acho que � ponto pac�fico que seu melhor momento foi no Corinthians, que por sinal � seu time do cora��o. Mas al�m de jogar pelo Corinthians, jogou contra o Corinthians tamb�m, por v�rios clubes. Como foi sua sensa��o, dos dois lados? A torcida corinthiana � tudo isso que falam ou � exagero? (Chic�o esteve inclusive em uma vit�ria do Figueirense por 3x1 no Pacaembu em 2006, que derrubou o t�cnico Geninho)
A sensa��o foi um pouco estranha, pois constru� uma hist�ria no clube que poucos tem e v�o conseguir ter, mas a partir do momento que come�a o jogo, tenho que ser profissional e fazer o melhor para o clube que estou defendendo. Com rela��o a torcida, � tudo isso mais um pouco ainda, pois eu sentia essa sensa��o de dentro e hoje sinto fora de campo o carinho que eles t�m por mim.
A sensa��o dentro de campo quando o time toma gol, a torcida come�a a gritar mais... e � nisso que o jogador tira for�as de onde n�o tem. Ent�o faz a diferen�a sim.
Voc� n�o ganhou quase nada pelo Corinthians, n�o? S� Campeonato Brasileiro A e B, Copa do Brasil, Paulista, Libertadores, Recopa e Mundial. Voc� pode contar tr�s momentos marcantes para voc�?
Dif�cil achar s� tr�s momentos,foram v�rios desde quando cheguei, realizando o meu sonho de jogar no clube. Fiz gol no acesso, no t�tulo da S�rie B, na semi final de 2008 contra o Botafogo no Morumbi e na final
2009 contra o Santos na Vila Belmiro, onde o Ronaldo fez aqueles dois lindos gols... e n�o posso e nunca vou esquecer o lance do gol do Mundial, onde eu achei o Paulinho no meio de dois jogadores naquela jogada que terminou no gol do Guerrero.
E quando come�a a jogada do gol do Mundial de Clubes, naquele momento voc� achou que estava fazendo a jogada do gol do t�tulo?
N�o imaginava, mas sempre fui um atleta que procurava fazer algo que fosse ajudar no gol, e aquele lance acabou se tornando um dos gols mais importante na minha hist�ria e a do clube. Fiquei muito feliz, pois todos os jogadores tocaram na bola pra acontecer o gol. Isso era trabalho em equipe.
Voc� � o segundo maior zagueiro-artilheiro da hist�ria do Corinthians (42 gols em 247 jogos), mas sempre fez muitos gols nas equipes em que passou. A que voc� credita esta facilidade para fazer os gols? Alguma dica para batedores de falta? Quais s�o seus gols favoritos?
Ent�o, fazer gol nunca foi uma obsess�o mas sempre procurei fazer algo diferente, j� que zagueiro sempre aparece fazendo gol de cabe�a... pensei assim: 'preciso ser diferente'. A� tive uma oportunidade de treinar falta e p�nalti, n�o pensei duas vezes, fui, trabalhei e consegui colher frutos. Al�m dos gols que citei acima, tem o que fiz contra o Fluminense na Copa do Brasil, no Maracan�.
Quais s�o seus planos para o futuro, Chic�o? Ser t�cnico, preparador f�sico, dirigente, empres�rio?
Pensei em trabalhar no futebol, dar sequ�ncia naquilo que constru� e poder ajudar aqueles que est�o come�ando com a minha experi�ncia.
Apesar da experi�ncia como jogador e l�der ser importante, a crescente profissionaliza��o do futebol no Brasil tem exigido cada vez mais dos que trabalham no esporte. Como voc� pretende se preparar para isso?
Al�m de estudar, precisa ter tamb�m vontade, n�o basta achar que vai estar no futebol por ego ou vaidade. Precisa querer e ter vontade.
O futebol precisa de pessoas de car�ter, que pensem pra frente, em crescer, ajudar, n�o tirar vantagem. Sen�o nunca vamos crescer, estaremos estagnados no mesmo lugar.
Um dos grandes problemas de jogadores a meu ver � a falta de dedica��o � carreira, o que termina abreviando muitas hist�rias que poderiam ser grandiosas. O que voc� acha que pode ser feito para evitar isso?
Acho que o jogador n�o pode pensar 'sou jogador de futebol'... Ele tem que pensar assim: 'sou atleta profissional'. E se comportar como atleta, ser interessado no que est� fazendo. N�o � s� chegar em um CT, treinar, dar tchau e vamos pro jogo. Muitas vezes eu pedia para o Fernando (Fernando L�zaro, do CIFUT) os jogos da equipe advers�ria. Pedia as faltas, os p�naltis para ver o que o goleiro fazia; pedia pra analisar o atacante que eu iria jogar contra, como ele driblava, para que lado ele sa�a, que perna ele ia girar e chutar.
Ent�o o atleta tem que ter interesse em saber o que vai enfrentar, aprender a ser profissional.
Resumindo, acho que essa � a diferen�a do futebol brasileiro para o resto. 'Ser mais profissional', pois j� ouvi muitas pessoas falando que l� fora se treina menos, ent�o o detalhe est� a�: o profissionalismo dos atletas.
Voc� distribui brinquedos todos os anos para crian�as de sua cidade. Esta experi�ncia � recompensadora?
Isso foi uma iniciativa que tive nove anos atr�s, e isso me faz um bem t�o grande... poder ajudar quem n�o tem condi��es. Todos os anos comprando os brinquedos e vendo o sorriso das crian�as, n�o tem pre�o. E nunca pensei se teria algo em troca, pois quando se faz o bem, se colhe o bem naturalmente. Um exemplo foi a minha carreira, as conquistas e como falei, se Deus permitir isso vai durar por muitos e muitos anos.
Escale um time com seus amigos do Corinthians! Como sou bacana, te deixo escalar at� seis reservas.
C�ssio: pessoa gente fina demais e �timo goleiro.
Alessandro: para mim � um irm�o que consegui dentro do futebol.
Paulo Andr�: t�cnico e muito bom pelo alto.
Cast�n: Libertadores resume tudo.
Andr� Santos: qualidade.
Ralf: esp�rito e gana de vencer.
Jorge Henrique: muito competente taticamente.
Paulinho: faro de gol, mesmo sendo volante.
Ronaldo: o que dizer desse cara? Vou resumir: �dolo.
Danilo: lenda.
�merson Sheik: por tudo que fez pela gente nos gramados.
Pe�o desculpas aos outros pois n�o d� para colocar todos aqui, mas fica aqui o meu agradecimento:
Douglas, Liedson, Alex , William (zagueiro), William (atacante), Dentinho, Cristian, Elias e F�bio Santos.
Valeu, Chic�o! Boa sorte no seus pr�ximos projetos. Ou�a-me no Podcastim�o e me xingue no Twitter . Vai Corinthians!
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.