Neste ano, o setor financeiro do Corinthians tem passado por muitos imbróglios, como atrasos de pagamentos de direitos de imagem para jogadores e pendências com empresários. Porém, alguns meses após a mudança de gestão no Parque São Jorge, já é possível perceber algumas melhorias - mesmo que pequenas - na dívida que chegou à casa dos R$ 30 milhões.
Emerson Piovesan, diretor financeiro do Timão, esclareceu que a expectativa é de que o clube se recupere da crise em fevereiro de 2016, quando diversos débitos da atual temporada e do início da próxima serão quitados.
"Imagino que para o ano que vem. Esse ano ainda temos um ano difícil até o final, e vamos ter até fevereiro particularmente que é uma data chave. Por que chave? Pois temos uma série de pagamentos entre dezembro e janeiro, e isso tudo nós fazemos um planejamento financeiro para chegar no fim do ano e ter todo a nossa disponibilidade financeira para honrar compromissos que são altos em dezembro e considerar folha salarial, 13º, férias, e isso tudo tem um volume financeiro grande. Nos preparamos para isso com todas as medidas tomadas para que em dezembro possamos ter isso tudo de uma forma organizada e que honre nossos compromissos", disse Piovesan, em entrevista ao ESPN.com.br.
Um fator importante para essa evolução positiva é o novo setor de marketing, comandado por Marcelo Passos, que tem coordenado as contas do clube com responsabilidade, tentando suprir a falta que a receita da bilheteria e a venda de espaços da Arena Corinthians fazem - visto que são encaminhadas diretamente para o fundo que pagará o estádio. Além disso, não está mais nos planos vender jogadores para cobrir as contas.
"Começamos um processo rigoroso de controle de custos, centralizamos despesas, fizemos uma série de ações em busca de um controle maior e uma redução de custos e despesas. Isso passou por todos os departamentos, inclusive o futebol, e nessa linha conseguimos organizar, disciplinar alguns custos e hoje temos situação mais controlada e melhor", afirmou o diretor.
"Trabalhamos fortemente em outras formas de receita, estamos buscando novas receitas em conjunto com nossa diretoria de marketing. Conseguimos alguns acordos, como a omoplata da camisa, conseguimos o calção, isso tudo são receitas que entraram versus o que tem que sair para pagar as contas", acrescentou.
A respeito do montante que, em março, foi superior a R$ 30 milhões, explicou os recursos do Corinthians. "A gente conseguiu reduzir esses números. Não reduziu tudo, mas conseguimos trabalhar de alguma forma em manter entendimento com todos os nossos passivos", disse. E o diretor financeiro do Timão ainda projetou as necessidades do futuro do clube. "Olha, vai chegar em um extremo que eu vou precisar e vamos buscar recursos, mas por enquanto temos conseguido manter um certo controle. Diria que até o final do ano eu não posso afirmar que me mantenho dessa forma pois posso precisar, mas sempre com os pés no chão", concluiu.