Corinthians e São Paulo se enfrentam neste domingo, às 11h (de Brasília), no Morumbi, vivendo momentos distintos não só na temporada de 2017. Ao contrário do Timão, atual campeão estadual e principal pretendente ao título brasileiro, o rival da Barra Funda luta contra aquele que pode ser o primeiro rebaixamento de sua história. De quebra, só soltou o grito de “é campeão” uma única vez após 2008.
2008 marcou época em ambas as equipes. O Corinthians, por exemplo, aproveitou o descenso à segunda divisão nacional para se reestruturar administrativa e financeiramente. A missão foi concluída com sucesso: já no ano seguinte, embalado pela contratação do centroavante Ronaldo Fenômeno, o clube conquistou o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil.
Já o São Paulo tem boas recordações sobre 2008. Afinal, ao término daquela temporada, a equipe do Morumbi celebrou o tricampeonato brasileiro consecutivo (2006, 2007 e 2008), marcando época na era dos pontos corridos. De lá para cá, contudo, declínio.
A efeito de comparação, o Corinthians faturou nada menos que nove títulos a partir de 2009, entre eles um Mundial de Clubes, uma Copa Libertadores e dois Brasileiros. O rival, somente um, a Copa Sul-Americana, curiosamente também em 2012.
A vantagem construída pelo Timão a partir de 2008, último ano de glória do São Paulo, confirma soberania alvinegra na década. E há chance considerável de a equipe do Parque São Jorge erguer sua décima taça nas próximas semanas, já que lidera o Campeonato Brasileiro dez pontos à frente do Grêmio, atual segundo colocado, restando 14 rodadas para o fim da temporada.
Por que tamanha diferença?
Tite é ovacionado em São Januário na festa pelo título brasileiro de 2015
Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians
Inúmeros fatores contribuíram para o declínio esportivo do São Paulo na década. O princípio está ligado ao excesso de mudanças no comando técnico do clube. Segundo levantamento recente do GloboEsporte.com, exatos 12 treinadores trabalharam na equipe de 2009 a 2017. Muricy Ramalho, hoje comentarista de futebol, foi quem mais permaneceu à frente do time: só um ano e sete meses.
A diretoria do Corinthians adotou postura semelhante em 2016. Sem Tite, chamado às pressas para suceder Dunga no cargo de técnico da Seleção Brasileira, o presidente Roberto de Andrade apostou em Cristóvão Borges e Oswaldo de Oliveira, ambos sem trabalhos relevantes num passado recente, antes de efetivar Fábio Carille, à época auxiliar.
Com Carille, o Timão, mesmo sofrendo de graves problemas financeiros, bateu campeão estadual e fez o melhor primeiro turno da história de uma edição do Campeonato Brasileiro (47 pontos em 57 possíveis).
Títulos conquistados pelo Corinthians após 2008
- 1 Mundial de Clubes (2012)
- 1 Copa Libertadores da América (2012)
- 2 Campeonatos Brasileiros da Série A (2011 e 2015)
- 1 Copa do Brasil (2009)
- 3 Campeonatos Paulistas (2009, 2013 e 2017)
- 1 Recopa Sul-Americana (2013)
Título conquistado pelo rival após 2008
- 1 Copa Sul-Americana (2012)