Uma nova filosofia de formação de elenco já vem sendo introduzida pela comissão técnica comandada por Fábio Carille em conjunto com a diretoria do recém-empossado presidente Andrés Sanchez. Como já revelado , o clube tem como missão não apenas montar um time qualificado para a atual temporada. Mas sim agregar a essa equipe jovens talentos que possam se tornar "carregadores de piano" no Timão num intervalo de um a três anos.
Só nestes primeiros meses de 2018, três jogadores com esse perfil foram contratados pelo Corinthians: Juninho Capixaba e Mateus Vital (20 anos, ambos), antes mesmo de a nova diretoria assumir o departamento de futebol, e ainda Matheus Matias (19 anos). Esse último é tratado internamente como exemplo de modelo ideal de negócio - não à toa, o clube tenta agora um acerto com outra revelação do ABC-RN, o meia-esquerda Fessin , de 19 anos.
Para a equipe sub-20, ao menos três reforços foram contratados somente nesta semana.
Em breve conversa com a reportagem do Meu Timão, Carille aprovou a estratégia "futurista" e trouxe exemplos de sucesso de um passado não muito distante do próprio Corinthians:
"Eu acho ótimo, de verdade. Acho que você pode encontrar de fato jogadores ou talentos por aí no futebol. Deu-se muito certo aqui já, com Edenilson, Jucilei, Paulinho, entre outros", listou o treinador. "Com paciência, com tempo para trabalhar, acho muito válido."
Leia também: Carille ressalta atuação de Mantuan e Vital em vitória do Corinthians
Para efeito de ilustração: entre jogadores recém-contratados, revelados pelo clube, recém-promovidos, observados no Sub-20 e até mesmo emprestados adquirindo experiência, o Corinthians de 2018 já tem uma escalação-base para a temporada de 2020:
Caíque França; Guilherme Mantuan, Léo Santos, Carlos Augusto e Juninho Capixaba; Jean e Maycon (Renan Areias); Mateus Vital, Pedrinho e Rodrigo Figueiredo; Matheus Matias.
Carille falou sobre o assunto a convite do Meu Timão. O técnico do Corinthians deu uma espiadinha na escalação sugerida pela reportagem, fez ponderações e admitiu a responsabilidade de ser o formador dessa garotada.
"Primeiro que é muito difícil um time assim ser escalado um dia, né? Você sempre precisaria de alguns jogadores mais experientes no meio. Até o Barcelona em seus auges, que tinha muitos jogadores que vinham da base, contava com os experientes. E mais ainda: todos foram preparados por muito tempo", argumentou, antes de reconhecer:
"É uma responsabilidade, sim. É muito bom poder estar fazendo um trabalho que o jogador utilizará para o resto da vida também. Mas o que tem de se fazer é tratar todos iguais. Trabalhar com o garoto da mesma forma que trabalha com o mais velho."