Depois de passar por 22 anos de inatividade, o Corinthians voltou ao basquete na Liga Ouro de 2018. De lá para cá, o clube já acumula o título do torneio e uma boa campanha no Novo Basquete Brasil (NBB), principal competição do país. Em meio a todas as mudanças do período, apenas dois nomes seguem no Parque São Jorge: Humberto e Douglas.
Mais experiente da dupla, com apenas 23 anos, Humberto é peça essencial da equipe comandada por Bruno Savignani desde o início do projeto. Por isso, já foi apontado como um dos líderes do Timão para a temporada que começa neste sábado, contra o São José, pelo Campeonato Paulista.
"Eu gosto de liderar, falar no vestiário, dar palpites em relação ao time. Prezo muito pelo bom ambiente, onde todos se sintam confortáveis. O Bruno já veio falar comigo para ser um dos capitães, junto com o (Guilherme) Teichmann, que é o mais experiente. Não teremos um capitão fixo, seremos nós dois. Fico feliz de poder estar vivendo esse momento no Corinthians", analisou, em entrevista exclusiva ao Meu Timão.
A responsabilidade do atleta aumentou pela saída de nomes importantes, como Gustavinho, que assumiu papel de supervisor da base, e Guilherme Giovanonni, que se aposentou.
Quem te viu, quem te vê
Estar no clube desde a reativação basquete rendeu a Humberto uma série de conquistas fora das quadras. Como viu de perto o estágio embrionário do projeto, o atleta se sente parte de cada um dos passos para reafirmação da modalidade no Parque São Jorge. O feito mais recente foi o "Dia do Basquete", onde o clube apresentou o elenco para a torcida , além de realizar uma série de dinâmicas.
"Depois de 22 anos, cara... Eu cheguei e não tinha vestiário, mal tinha uniforme. Hoje você vê aquele tanto de gente voltado para o basquete do Corinthians, que eu vi começando. Não que fosse ruim, mas estava no início do projeto. Estou no meu terceiro ano e ver todas essas conquistas. Temos vestiário personalizado, tabela bem melhor, quadra, iluminação. Me senti realizado", conta o alvinegro.
"Para a modalidade é excelente. Acho que todos os clubes tinham que fazer um dia assim. Foi muito bacana, víamos a felicidade no rosto de todos que foram. Deixar os parabéns pela diretoria. Fizeram até um espaço no memorial para o basquete. Isso não tem preço. Estando desde o início, também me sinto parte dessa conquista", completou.
Com a cara do Timão
Feliz pelo crescimento da estrutura em torno do basquete alvinegro, Humberto também enxerga evolução dentro de quadra. Apesar de perdas importantes, como Gustavinho, Giovanonni e Parodi, a equipe foi ao mercado e fez contratações pontuais - Arthur Pecos, Felipe Vezaro, Wesley, Tracy Robinson, Nesbitt e Anthony Johnson.
Apesar de reconhecer as qualidades das novas peças e dos remanescentes, o ala se disse ainda mais animado pela característica da equipe. Para ele, o plantel desse ano "tem mais cara de Corinthians".
"Usando o exemplo do futebol, não consigo me lembrar de nenhum time do Corinthians com 11 craques que foi campeão. O que eu lembro são times de bons jogadores, alguns destaques, mas um coletivo que briga até o final e demonstra muita raça. Esse vai ser nosso espírito. Alguns podem desequilibrar, mas o forte vai ser o todo. Essa cara do Coringão mesmo de lutar até o fim. Vamos ter mais chances por conta disso", analisou.
"A gente tem usado o lema que ninguém vai brigar mais que a gente. Podemos até não conquistar o resultado, mas vamos deixar tudo em quadra. Tenho certeza que deixando tudo em quadra, com o time que temos, vai ficar difícil ganhar da gente", completou.
Mais preparado para o NBB
Se já não bastasse o panorama positivo por conta do plantel, Humberto também acredita em melhor desempenho pelo caminho distinto em relação à primeira temporada. Como tinha acabado de ser reativado, o Timão jogou a Liga Ouro antes de ir para o NBB. Nesse ano, terá pela frente o Campeonato Paulista, enfrentando, inclusive, uma série de equipes que também fazer parte da elite nacional.
"Tem alguns times que não tem um estadual forte. O Paulista é difícil, porque o tempo de pré-temporada é pouquíssimo. Um mês acaba sendo pouco para quem trocou boa parte do elenco. Ainda assim, devemos chegar na final do torneio com uma cara bem legal, com os conceitos táticos e técnicos apurados. Chegar no NBB assim pode facilitar pra gente, sobretudo contra quem tem o estadual fraco", pontuou.
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"É um campeonato difícil, estamos com o time desfalcado por enquanto. Então tudo isso no começo é um pouco chato, mas no final, temos grande chance de fazer barulho nesse Paulista", finalizou.