Tiago Nunes vive um momento bastante delicado no Corinthians. Não bastassem problemas dentro de campo, o treinador causou primeiro desconforto entre dirigentes e funcionários do clube , após recentes declarações, e agora ouviu críticas de um grande ídolo da Fiel.
Nesta sexta-feira, Chicão falou sobre o atual momento do Timão e pediu uma nova postura ao comandante alvinegro. O ex-zagueiro também alegou que Nunes chegou com "muito poder" ao Parque São Jorge.
"Precisa ver a rotina do clube. Estou falando de fora... como já falei há um tempo, o Tiago Nunes chegou com muito poder no clube. Ele precisa entender o que é o Corinthians, ele deu uma entrevista que não repercutiu muito bem nos bastidores, que eu fiquei sabendo. Ele precisa assumir culpa nessa fase do time, não conseguiu fazer o time jogar ainda. O Sampaoli conseguiu fazer o Santos jogar o ano passado e o Tiago não faz isso. E ele não admite essa culpa. É difícil falar muito, não convivo com ele. No dia dia ele mostra que não está conseguindo fazer o time jogar, assim como o Carille. Lembro que em 2013 o Tite também não estava fazendo o time jogar mais. Isso acontece, agora o Tiago está num processo do começo de uma equipe e ele conhece alguns jogadores. O time poderia estar jogando mais", disse, durante uma live realizada em seu Instagram.
"O modelo de jogo já era para ter um norte, a gente vê que ele está tentando, mas algumas coisas que aconteceram não dá para explicar. Gustagol e Madson que estavam jogando foram emprestados, aí fica com jogadores que pouco utiliza. Ouvi falar que os treinos deles são muito bons, mas os jogos não mostram isso. Eu tinha uma esperança, mas acho que já teve um tempo de mostrar algo. E a gente não vê evolução. Corinthians teve uma parada de dez dias e o time não mostrou uma reação, isso que preocupa o torcedor. É uma parcela de culpa do treinador, mas o Tiago não assume isso", completou.
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Na sequência, antes de reforçar os erros de Tiago Nunes, Chicão admitiu que não acredita numa demissão de treinador e rechaçou a possibilidade da continuidade do Campeonato Paulista.
"O presidente segura muito treinador. Em 2011 segurou o Tite e teve outras situações. Creio que o Campeonato Paulista não vai voltar mais, até por questões burocráticas... Muitos clubes estão ficando sem jogadores, pois os vínculos estão terminando. Teria que fazer um contrato de três meses com os atletas, acho difícil. Mas se voltar, o Tiago precisa fazer o time jogar mais. O modelo de jogo que ele gosta, com todo respeito, ainda não está saindo. Ele está tendo dificuldades", expôs.
Por fim, Chicão falou sobre o momento de seu ex-companheiro Cássio (ambos jogaram juntos em 2012/13). Na sua opinião, o goleiro Walter deveria receber oportunidades na equipe titular. Além disso, o atacante Mauro Boselli também foi alvo de questionamentos.
"Cássio tem uma história no clube. Existe momentos. Aprendi uma frase que o campo fala, o treinador precisa ter peito para bancar isso. Walter também merece uma oportunidade, assim como Cássio mereceu quando entrou na equipe. Não sei por que não dá uma oportunidade para ele. Cássio é ídolo, e isso ninguém discute, mas andou falhando nos últimos jogos", pontuou.
"Tem alguns jogadores devendo, Boselli é um desses. Está fazendo gols, mas ainda precisa mostrar mais e evoluir junto com o time. O gols perdidos pelo Boselli estão fazendo muita falta para a equipe", concluiu.
Como é jogar no Corinthians?
"Tem jogos que dá um frio na barriga. Jogar no Corinthians você precisa ter personalidade e atitude, mostrar para o torcedor que você quer vencer. A camisa não pesou, caiu muito bem. Recebo muitas mensagem com pedidos para eu voltar, mas tudo tem um ciclo. Marquei história não só pelo título, mas pela quantidade de jogos e gol que fiz."
Série B
"O time estava pronto naquele ano. Conseguimos criar uma espinha no Campeonato Paulista e depois chegaram alguns jogadores, como Elias e Douglas. Na Série B, o time estava bem e jogando muito bem, com personalidade. Jogadores que o Mano Menezes tinha indicado ao clube. Conquistamos a Série B jogando muito bem, com algumas rodadas de antecedência. Foi todo um trabalho. Temos que ressaltar esse trabalho da comissão técnica na época e também os jogadores que aceitaram o desafio. Sei que muitos jogadores negaram o Corinthians na Série B."