O Corinthians, como quem lê as análises do Meu Timão está acostumado, é um time de meio de tabela. Na noite desta segunda-feira, diante do Cuiabá, mais um dos adversários que duelam para se livrar do rebaixamento , outra vez ficou provado que mesmo esse time sem reforços é bem superior a quem está nesse bolo. Os corinthianos, porém, conseguiram desanimar o torcedor até em uma vitória.
Em duelo tranquilo, quando poderia golear e atuar com intensidade que nove dias de descanso e treinamento proporcionam, aceitou um modo blasé. Não empurrou o adversário para o fim e conseguiu ter menos que a metade das finalizações de um péssimo Cuiabá. De quebra, sofreu um pouco no fim sem nenhum motivo.
O jogo mostrou um time bem apático para quem teve nove dias de descanso e treinamento visando ao embate contra os cuiabanos, que brigam mais ou menos no setor da tabela em que o Corinthians quer terminar o Brasileiro sem passar perto.
Ainda que tenha produzido 25 minutos de "vários nada", o Corinthians viu o rival aceitar a velocidade baixa até que conseguiu surpreender em escapada com mérito de Roni e Gabriel - consequentemente, de Sylvinho. Roni virou bola rápida para Fagner, saindo da pressão, ainda na lateral da área corinthiana.
Depois da inversão, Fagner achou Gabriel em dois toques e o volante, que foi bem na projeção no espaço vazio, cruzou rasteiro. Adson entrou na área, como Sylvinho pede aos pontas, e achou justamente Roni, finalizando um pique 70m com uma bomba rasteira para abrir o placar.
O lance típico do volante que vai de área a área faz bem ao jovem, que deve virar reserva com as contratações da janela, mas mostra ter algo a render quando for escalado. Foi bem também na parte técnica, normalmente onde mais sofre, fazendo corta-luz no gol de Adson e saindo da pressão em situações difíceis na defesa.
O 2 a 0 rápido mesmo sem intensidade mostrou que o Corinthians era tão superior ao adversário que poderia lavar a alma em Cuiabá, mas a equipe, incrivelmente, não quis se aproveitar disso. A morosidade seguiu, passes de lado e para trás irritando até os próprios jogadores em alguns momentos.
Sem sofrer atrás, já que o Corinthians conseguiu não chutar a gol em 38 minutos do segundo tempo, o Cuiabá achou um gol bizarro, num misto de falha e desatenção do sistema defensivo, e, assim como todos os outros adversários do Timão com Sylvinho, acabou recolocado no jogo.
A diferença técnica, no entanto, foi tamanha que nem assim os cuiabanos se mostraram capazes de levar perigo. Sylvinho nada conseguiu mudar, nem para fazer o time ficar com a bola, recolocando as substituições como o principal problema do seu trabalho até aqui. Falta muito, porém.