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Para 4-2-3-1 funcionar, Ronaldo precisa de mais mobilidade

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Ainda antes da Copa do Mundo, com a disseminação entre os grandes clubes da Europa, o 4-5-1 com três meias ofensivos (ou 4-2-3-1) chegou ao Brasil. Mano Menezes, no Grêmio de 2006/2007 foi um dos precursores. Após o Mundial da África do Sul, este sistema tornou-se tendência por aqui. Muitas vezes, entretanto, com um ‘defeito de importação’.

Uma das mais básicas premissas do 4-2-3-1 é a mobilidade dos meias-ofensivos - tanto dos extremos (wingers), como também do ponta-de-lança central. Apenas posicionar o time dentro do desenho deste 4-5-1, sem permitir que os jogadores entrem em rotação, não é suficiente.

Com apenas um atacante na frente, é fundamental que os extremos troquem de posição na linha ofensiva, e que o meia-central entre nesta sincronia de movimentos. Sem uma constante inversão de posicionamentos e funções, o centroavante é pouco acionado, e o time perde profundidade, resumindo a posse de bola à intermediária, sem infiltrações.

Tite conseguiu colocar os meias do Corinthians em rotação no 4-2-3-1 utilizado hoje no empate em 1 a 1 com o Noroeste, no Estádio do Pacaembu. Os posicionamentos iniciais foram estes: Jorge Henrique na esquerda, Bruno César centralizado, e Dentinho na direita. Frente a um bloqueio no 4-4-2 em duas linhas – sendo estas extremamente recuadas e próximas – o treinador corintiano deu início à movimentação na segunda linha do meio-campo.

Primeiro, Dentinho centralizou e Bruno César foi para a direita – daí saiu o gol do camisa 11. Depois, os extremos inverteram – Jorge Henrique na direita, e Dentinho na esquerda. Houve ainda tempo para o camisa 7 centralizar, Dentinho passar para o lado canhoto, e Bruno César voltar à faixa destra. Aplicação perfeita da teoria do 4-2-3-1 na prática. Com uma ressalva:

Para este sistema funcionar, o centroavante também precisa participar das movimentações. Necessita-se quase de um ‘falso-nove’, de um jogador que aproxime-se do lado onde estiver acontecendo a jogada, para criar triângulos curtos – as ‘pequenas sociedades’, como Paulo Autuori costuma citar o estilo ‘tique-taca’ de aproximações do futebol espanhol (centroavante, winger, meia-central, por exemplo), atrair a marcação e permitir ao winger oposto (ou ao volante, ou ao lateral oposto) ingressar na área às costas da defesa.

Em início de temporada, Ronaldo ainda não consegue participar tão intensamente das jogadas. Ele volta centralizado, em movimento de pivô, para receber, devolver, e girar. Mas não se desloca lateralmente, o que também é importante no 4-2-3-1. Apesar da excelentes trocas do trio Jorge Henrique-Bruno César-Dentinho o Corinthians entrou pouco na área porque não conseguiu desorganizar o sistema defensivo do Noroeste. Tite tentou compensar com a passagem dos laterais – principalmente Roberto Carlos – e do volante Jucilei pela direita. Insistiu, criou chances – Jucilei poderia ter ampliado antes do empate – mas não conseguiu superar o bloqueio adversário.

Ainda é cedo, estamos apenas em janeiro, e a perspectiva de boa aplicação de um sistema complexo e pouco estudado no Brasil depende da repetição – insistência nos treinos e nos jogos até que os movimentos tornem-se quase automáticos entre os jogadores.

Enviado por: Matheus Rodrigues

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