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Tem sangue verde (e bom!) na campanha Sangue Corinthiano
Ana Paula Araújo

Engenheira de formação, mas corinthiana de alma. Deixei a profissão para fazer parte dessa família desde 2013.

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Tem sangue verde (e bom!) na campanha Sangue Corinthiano

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Entrevista de Ana Paula Araújo

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Tem sangue verde (e bom!) na campanha Sangue Corinthiano

Jefferson doando sangue na campanha Sangue Corinthiano

Foto: Arquivo pessoal

Estava eu zapeando pelo Fórum do Meu Timão quando me deparo com um tópico muito bom. O Everton Garcia contou que seu amigo Jefferson Roberto - que é palmeirense - foi doar seu sangue verde lá na Sangue Corinthiano, a famosa campanha de doação de sangue do Timão.

Meus olhos brilharam e eu fui atrás dele para saber mais sobre isso.

Logo de cara perguntei o motivo dele ter ido doar justamente na campanha do arquirrival do time dele e não num banco de sangue comum. O Jefferson me disse muita coisa bacana e que nos faz refletir.

"O motivo, dividido em partes, é assim, eu quis puramente doar sangue. Eu sempre quis. Aliás, eu tenho a visão de que doar é essencial porque estamos no momento mais difícil e hoje quem pudesse se conscientizar para fazer (doar), que fizesse. A gente sabe como está a situação, os bancos de sangue sempre vivem abaixo do nível, sempre faltando".

Sobre ir doar especificamente na campanha Sangue Corinthiano

"O motivo de eu ir la doar no Sangue Corinthiano é que é uma campanha, não é? Não vi Corinthians, vi sangue, campanha, doação. O Corinthians é o de menos. Sou palmeirense e a gente tem que deixar o fanatismo, a torcida e tudo de lado e focar na vida. Acho que esse negócio de rivais e inimigos é tudo besteira. Sou totalmente contra essa visão de inimigo. Os torcedores se matam e os jogadores e diretores saem uns com os outros, vão pra torcida, jogam bolam e ninguém dá na cara de ninguém. Ninguém vê ninguém querendo matar ninguém. É uma questão da burrice, da brutalidade do ser humano. A visão normal do homem, que é cruel, que é divisório. A campanha, a visão não é isso. Se um corinthiano me chamar para ir no estádio eu vou, só que a torcida não aceita. Eu não tenho problema porque acho que isso é uma coisa de cultura e muito ruim do brasileiro. Melhor coisa seria se derrubassem as paredes das arquibancadas e todo mundo pudesse, do jeito que quiser, torcer para quem quiser e no lugar que quiser".

Ele deu até ideia para alavancar a campanha e o Fiel Torcedor

"Já pensou se o próprio Corinthians abraçar mais a campanha? O corinthiano que doar sangue pode ganhar meia entrada ou ter prioridade (nos jogos). Quem paga o sócio torcedor (e doa comprovadamente) puder comprar o ingresso com prioridade ou ser o primeiro da fila".

Sobre a recepção pelos corinthianos

"Eu não me senti ameaçado em nenhum momento, ao contrário. Desde quando cheguei, até quando saí não fui ofendido, menosprezado, ao contrário, fui abraçado".

Encontro com amigos

"Encontrei meu professor do ensino médio e dois colegas. Um do fundamental e um do ensino médio. Olha que lindo! Do nada encontrei pessoas. Têm coisas que quando a gente vai de cabeça limpa, sem preocupação e sem barreira de preconceito nenhuma: torcida, religião, sexo, cor; a gente encontra coisas que nem pensava que ia encontrar. Que ia ser tão bom".

Jefferson e amigos na campanha Sangue Corinthiano

Jefferson e amigos na campanha Sangue Corinthiano

Arquivo pessoal

Sobre tirar foto com a faixa com o escudo do Corinthians

"Eu fui pela campanha, eu não fui porque eu ia no hemocentro. Então eu fui tirar foto também com a faixa do Corinthians, por quê? Porque foi por ela que eu fui doar. Eu só não fui com a camisa do Palmeiras por besteira. Se tivesse uma camisa lá do Sangue Corinthiano, com o simbolo da campanha, do Corinthians, eu vestia. Eu não tenho problema."

Sobre o placar do Dérbi da próxima quarta

Já que o Corinthians retoma sua jornada no Campeonato Paulista contra o Palmeiras, perguntei a ele qual seria o placar, só para manter essa rivalidade saudável ainda viva.

"O placar tá difícil! Sei não, se fosse uma visão alguns meses atrás eu poderia chutar uma vitória do Palmeiras, meio apertadinha, mas agora... E saber como estão os times? Mas acho que vai ser coisa difícil, então vou ser imparcial: 4x0 pro Palmeiras. Só para não ser muito fanático".

Jefferson Roberto, conhecido com Jal, 30 anos, morador de Guarulhos, casado com uma corinthiana e que coloca roupinha do Corinthians no filho de um ano. Um palmeirense que é muito mais que um mero torcedor. Mostrou no seu depoimento ser uma pessoa fantástica.

Fica aqui meu agradecimento, Jefferson! Obrigada em nome dessa nação, não só pelo sangue, mas também pelas palavras.

"Lá eu não ganhei nada, a única coisa que ganhei foi a sensação de poder ajudar alguém. É tão rápido, tão fácil e tão pouco procurado. As pessoas deviam procurar saber e se conscientizar. Não é Corinthians a campanha, não é Palmeiras, não é essa a visão. A visão é vida, fazer o bem para próximo".

Veja mais em: Sangue Corinthiano.

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Por Ana Paula Araújo

Engenheira de formação, mas corinthiana de alma. Deixei a profissão para fazer parte dessa família desde 2013.

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