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Carille tem mais, mas faz menos
Andrew Sousa

25 anos, formado em Jornalismo na Univali e fiel desde o primeiro de seus dias.

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Carille tem mais, mas faz menos

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Carille tem mais, mas faz menos

Carille tem encontrado dificuldades para fazer o Timão render

Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

Desde que assumiu o Corinthians pela primeira vez, Carille ganhou a fama de fazer muito com pouco. Em 2017, um elenco razoável venceu o Campeonato Paulista e o Brasileirão - com direito a um turno de invencibilidade. Sem grandes opções técnicas, o treinador armou uma equipe eficiente.

A postura nunca foi dominante, mas a bola não queimava no pé. Com dois ou três passes, uma jogada de perigo acabava em gol. Em 2018, a qualidade caiu ainda mais, com perdas irreparáveis e muitas mudanças. O comandante surpreendeu, adaptou o que podia e papou mais um título.

Neste ano, o panorama se alterou. Carille já não "tira leite de pedra". Ele faz o contrário. Não que o plantel alvinegro seja do mais alto patamar, mas não há como negar a melhora. Em uma série de entrevistas, inclusive, ele colocou o atual plantel como o melhor que já treinou no Parque São Jorge - até porque, grande parte dos reforços foram indicados por ele.

Em sua primeira passagem, o treinador conseguia tirar o máximo de cada um dos atletas. Se cada nome do atual elenco jogasse seu máximo, o Corinthians brigaria por tudo que disputa na temporada. Sem Gustavo, Carille pode se dar ao luxo de escolher entre Vagner Love e Mauro Boselli. Privilégio de poucos.

Mesmo com mais qualidade, no entanto, o professor repete o roteiro utilizado lá atrás, com peças limitadas e que, de fato, dificilmente poderiam se impor ofensivamente dentro de campo.

É preciso mais. É inadimissível, mesmo que em início de temporada, que o Corinthians não tenha uma cara. Não há padrão, estratégia ou qualquer indício de uma movimentação diferenciada. Clayson é o único agudo em um time que mal consegue sair jogando - e não conta com a ajuda do treinador, que terminou o último jogo com Richard e Ralf inoperantes no setor.

Em 17 e 18, valorizei muito Carille pela capacidade de se adaptar ao que tinha em mãos. Neste ano, porém, ele quis fazer o contrário. Pegou um grupo melhor e tentou adaptar ao jogo cauteloso de outrora. Esse plantel pode mais, basta querer.

E é isso que preocupa. Após derrota para a Chapecoense, o técnico justificou não ter feito a terceira troca por estar satisfeito com o que o time vinha apresentando. Mais do que isso, destacou que temeu tomar mais um gol, complicando o jogo de volta. Uma covardia desnecessária, visto que o próprio time catarinense já não oferecia perigo.

Em outros momentos, a cautela se justificou. Jogar de forma extremamente reativa e contar com a força de Itaquera era mesmo necessário. Hoje não. Com menos material humano, outros treinadores, que chegaram junto com Carille, mostram mais em 2019. Por tudo isso, a Fiel tem razão em cobrar.

Pedrinho, Love, Gustavo, Boselli, Vital... Todos podem render mais se a proposta mudar. O foco excessivo no setor de defesa já não se prova em campo. O ataque precisa existir.

Nesse começo de ano, o processo é o contrário do que costuma acontecer nas mãos do treinador: o leite está virando pedra no CT Joaquim Grava.

Veja mais em: Fábio Carille.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Andrew Sousa

25 anos, formado em Jornalismo na Univali e fiel desde o primeiro de seus dias.

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    Elvio 4370 comentários

    @elvio.nazare.bertol1 em

    Acho o Carille um bom treinador, pra mim não é esse monstro que muitos ficam aí falando ele tem muitas limitações, em 2017 não tinha o elenco que tem hoje mas tinha Jô, Maycon, Arana, Balbuena coisa que o atual elenco não tem.

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    Claudio 4 comentários

    @claudio.roberto.domi em

    Concordo com a análise. Ao contrário do que ocorreu nas passagens anteriores, nessa o Carille tem obrigação de mostrar mais, pois tem muitas opções no elenco. No entanto, se repararmos bem, ele utiliza pouco as peças. Muitos jogadores tiveram pouquíssimas oportunidades com ele. Outros tiveram oportunidades em posições que nunca jogaram. Exigir que atacante ou meia marque lateral adversário é inadmissível, na minha opinião. Vou citar um exemplo. Temos 3 centroavantes. Os 3 são centroavantes. Não são jogadores com característica de marcação. Dos 3, ele optou por Gustagol, excelente na bola aérea, mas com limitações com a bola no pé. Love e Boselli são mais técnicos. Ambos têm passes melhores, dominam melhor a bola e finalizam melhor com o pé. Poucas vezes ele escalou Love de centroavante. Ele foi escalado na ponta, com a obrigação de acompanhar lateral. Boselli jogou de centroavante, mas na maioria das vezes com o time reserva, sem entrosamento.

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    Celso 437 comentários

    185º. @cmacedo em

    Comentário perfeito. Carille não está conseguindo montar com o que têm. Não achou os pilares como em outras ocasiões. Cássio, Fagner, Balbuena, Arana, Jadson e Jô. Hoje : Cássio, Fagner e...Pouco, muito pouco. E pelo jeito vai demorar um tempo ainda. Hoje muita opções e pouca qualidade e Carille perdido. Vamos sofrer.

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    Fabio 20 comentários

    184º. @fabio.time.povo em

    Concordo em partes, o time tinha que estar jogando melhor sim, mais o time titular de 2017 era melhor do que o atual. O elenco atual sim é melhor mais os 11 titulares não.

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    Sérgio 2373 comentários

    183º. @sergio.libanori em

    Precisamos analisar futebol com a razão e não com a paixão. Carille pegou muitos jogadores novos e precisou definir o time titular, entrosá-lo e definir o melhor esquema tático. Isso não se faz do dia pra noite. É claro que ainda vai haver muita oscilação. Mas, é inegável que o time vem melhorando, já está muito competitivo e já conquistou um título, de maneira merecida. Carille não é perfeito, merece críticas, mas demonstrou, mais uma vez, ser um treinador competente e vitorioso.

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    Ramon 22960 comentários

    182º. @ramon.felipe1 em

    Deixa arder.

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    Feliciano 1272 comentários

    181º. @feliciano.martins.do em

    Essa ideia foi péssima