Futebol é conjunto, campeonatos regionais, nacionais e continentais dependem que todas as regiões proporcionem condições isonomia de treinamento, manutenção da saúde e prática desportiva das atletas. A CBF vem se empenhando na candidatura do Brasil para Copa do Mundo de Futebol Feminino em 2023, e o legado da Copa para a modalidade é enorme, como vimos em 2019, porém com os problemas atuais promovidos pelo coronavírus temo que a modalidade perca a visibilidade, investimento, cobertura da imprensa e por consequência freie o crescimento que ocorria até então, deixando apenas para o futuro tentar recuperar o irrecuperável, o tempo.

Quem acompanha o Futebol Feminino do Corinthians sabe que o clube é um expoente em investimento financeiro, manutenção da qualidade técnica e proporciona condições muito acima do mercado nacional para o bem estar e qualidade de vida das atletas, os resultados em campo são reflexos do trabalho fora dele. Mas estou preocupado com a modalidade e não com o meu time, pois elas não jogam sozinhas e lutam por igualdade de condições.

Na contramão da gestão promovida pelo Corinthians, apenas um mês após as interrupções dos campeonatos, já começam a aparecer suspeitas de mau direcionamentos de recursos financeiros disponibilizados pela CBF para o clubes deficitários no Futebol Feminino. CBF não fiscaliza, e jogadoras ficam sem salário mesmo com ajuda aos clubes

Sem estes recursos financeiros, as atletas podem se sentir obrigadas a buscar alternativas profissionais, expondo-as a contaminação ao coronavírus, o que certamente irá prejudicar ainda mais o preparo físico e técnico, fundamentais para um rápido retorno em alto nível assim que as autoridades permitirem a volta dos campeonatos.

Olhar para o esporte apenas pela prática desportiva e importância social no pós coronavírus pode ser um armadilha. Já se discute no Brasil que clubes com pouca capacidade financeira podem deixar de existir por conta do coronavírus.“Existirá uma readequação da indústria como um todo. É muito preocupante porque estamos falando de uma crise de liquidez de uma indústria global, não apenas de um mercado especificamente. Isso afeta direta e indiretamente toda a cadeia. Quando você não tem evento, não tem as receitas diretas, não consegue vender para os detentores de direitos, que, por sua vez, não conseguem vender para os anunciantes. É uma reação em cadeia”, explicou Pedro Daniel, consultor da EY. Coronavírus: analistas debatem cenário pós-crise no futebol brasileiro

Neste momento, ainda no início de tudo o que iremos ver desta pandemia, o que mais me vem na mente agora são os problemas já conhecidos e destacados sobre o calendário do Futebol Feminino. Para este ano a CBF apresentou uma proposta de unificação de calendário, que contemplava os principais campeonatos regionais, nacional, convocações para a seleção brasileira e libertadores. TÉCNICO DO CORINTHIANS VOLTA A CRITICAR CALENDÁRIO DO FUTEBOL FEMININO, MAS CITA AVANÇOS. Porém, sabemos que o foco daqui em diante da CBF será direcionado para as questões prioritárias que regem o futebol masculino, seu principal produto, maiores fontes de receita e demanda de mercado.

Para concluir quero pedir para você teve orgulho e vibrou com as inúmeras conquistas com o futebol feminino do Corinthians em 2019, que seja vigilante com a modalidade como um todo, a vulnerabilidade que alguns esportes possuem no Brasil ficarão ainda mais intensos caso alguns dos pontos que apresentei se mostrem por mais tempo e com mais intensidade. Olhem para o conjunto do esporte e não apenas para o seu time, é hora de refletir e cobrar atenção e respeito por aquilo que gostamos e não de competir. RESPEITA AS MINAS e Vai Corinthians!

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