Na noite de quinta-feira, 13 de outubro, a diretoria do Corinthians enviou uma carta à CBF dizendo que queria defender seus direitos e cobrar providências da Comissão de Arbitragem, apontando as falhas graves ocorridas no primeiro jogo da final da Copa do Brasil.

Na terça-feira seguinte, o presidente do Corinthians visitou o prédio da CBF no Rio de Janeiro e declarou, segundo o portal UOL, que “o que podíamos ter feito sobre a arbitragem, nós fizemos no dia seguinte ao jogo. Isso já ficou para trás”. Resumindo, o time é roubado jogando em casa, com o Brasil inteiro assistindo, e após mandar uma cartinha, tudo está resolvido? Não está, não, Duílio!

Para começo de conversa, o jeito que o assunto ficou resolvido foi ter no jogo final da competição um árbitro que já prejudicou muito o Corinthians - e de forma proposital. Não há incompetência grande o suficiente para justificar a anulação do gol legítimo de Pedrinho em 2018 por conta de uma trombada do nanico Jadson no gigante Dedé. Ainda mais quando o contato ocorre em uma área que mal tem a ver com o lance.

Mas parece que é assim mesmo, isso ficou para trás.

Como ficou para trás o juiz que expulsou o jogador errado e, após cumprir suspensão, absurdamente voltou a apitar jogos do Corinthians neste ano. Ou como ficou para trás a marcação daquele pênalti absurdo quando a bola bateu na mão do Lucas Piton contra o América-MG. Cada vez que o Corinthians é prejudicado, esperneia, e depois deixa tudo seguir igual, o time dá carta branca para que isso aconteça de novo.

Ninguém é inocente o suficiente para acreditar que os erros consecutivos a favor do Flamengo ocorram por mera coincidência, mas, por um momento, vamos fingir que sim. Sim, os jogadores do time carioca por acaso metem a mão na bola sempre no momento em que existe uma razão para não serem punidos por isso. Ainda assim, fica a questão de porque as equipes de arbitragem não checam o lance com o devido cuidado. Bola na mão, mão na bola, natural, anti-natural, lance ajustado… Rola de tudo, mas não há rigor na checagem. Cotovelo vira peito, mão vira barriga, e as “coincidências” vão se acumulando. O resumo é o escândalo do “Agora já foi”, no jogo Flamengo x Palmeiras em 21 de Agosto.

Se para a direção do Corinthians mandar uma cartinha no dia seguinte do jogo já resolve tudo, queria dar algumas sugestões aqui.

O Corinthians precisa repudiar não apenas os erros grosseiros ocorridos em um jogo ou outro. Isso faz os rivais desqualificarem qualquer denúncia ao dizerem que a reclamação só ocorreu porque o erro foi contra o Corinthians. Isso é coisa que qualquer time faz. O Corinthians não é qualquer time.

O jeito de repudiar os erros de arbitragem começa por não apoiar as vergonhosas eleições de chapa única da CBF. O que o Corinthians precisa repudiar é a escolha de ex-árbitros com passado imundo para chefiar as Comissões de arbitragem. Precisa repudiar a arrogância dos árbitros brasileiros que podem fazer qualquer bobagem e, depois de uns jogos de suspensão, voltam à cena do crime para cometer os mesmos erros de novo, como vemos na escala da final da Copa do Brasil 2022.

O Corinthians precisa se posicionar de verdade, se comportar como o clube grande que é. Se continuar mandando cartinhas para fazer cena enquanto é conivente com toda a sujeira em volta das comissões, federações e confederações… é melhor que as cartinhas sejam endereçadas ao Papai Noel.

Veja mais em: Duílio Monteiro Alves e Erros de arbitragem.

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