Em meio ao caos, o corinthiano ganhou um motivo para se animar
Opinião de Luis Fabiani
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A entrada de Lucas Piton no time titular é digna de elogios. Suas exibições recentes, somadas às do começo do ano levantam ao corinthiano o seguinte questionamento: por que o Piton não foi titular até setembro?
Nos jogos contra Coritiba, Fortaleza e São Paulo, o Corinthians sofreu gols na mesma área do gramado. O espaço entre o zagueiro Danilo Avelar e Sidcley era muito bem aproveitado pelos adversários, que o preenchiam a todo o tempo. A defesa do Corinthians, naturalmente frágil com Tiago Nunes, passou a ser ainda mais exposta, já que o dono da ala esquerda muito se desprendia da linha de quatro formada na defesa.
Assim, portanto, mesmo em situações que não levaram a gols adversários, a defesa do Corinthians parecia mais fragilizada. Um problema nem tanto individual, mas sim coletivo.
Reparem aqui... a falta de treinamento.
Viram que o lateral (Sidcley) foi dar o combate e o Avelar não cobriu as costas dele? Ramiro até mandou o zagueiro sair e cobrir, mas ele se preocupa mais com um jogador que está longe da bola. No final ele corta a bola, mas tá errado... pic.twitter.com/bf79AAqGUn— Jow (@jowvojnovic2) August 16, 2020
Talvez por isso, a troca na titularidade na ala esquerda seja ainda mais justificável. O problema citado acima torna-se menos visível com a entrada do Lucas Piton, já que agora a última linha de defesa do Corinthians raramente é desmontada.
O que mais impressiona é a maturidade na tomada de decisão do Lucas Piton. Estamos falando de um atleta que ainda não completou 20 anos. Num ato de afobação, seria normal ver atletas de sua idade buscando maior proximidade ao adversário, prendendo-se numa ideia de marcação individual.
Aí que viria a empolgação da torcida. Um lateral de somente 19 anos atua com mais maturidade que um de 27. E seu ótimo posicionamento defensivo não compromete no ataque. É mais do que comum vermos sua chegada na linha de fundo seguida de um cruzamento certeiro com o pé esquerdo.
O ponta que jogar do mesmo lado que um jogador como Piton tende a crescer. Janderson e Gustavo Silva, atacantes de técnica pouco apurada, jogaram melhor quando Lucas Piton esteve em campo. Como Lucas foi meia em boa parte do seu período na base, é comum vê-lo centralizando as jogadas, abrindo o corredor para a velocidade do ponta.
A defesa, que tendia a ser seu maior problema, já é provadamente uma de suas virtudes. E com toda a maturidade mostrada acima, relembro: estamos falando de um jogador de 19 anos de idade.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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