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Jorge Jesus fez com Bruno Henrique o que Vagner Mancini deveria fazer com Varanda
Luis Fabiani

Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Há três anos, acompanhando a base do Corinthians diariamente pelo Meu Timão.

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Jorge Jesus fez com Bruno Henrique o que Vagner Mancini deveria fazer com Varanda

Coluna do Luis Fabiani

Opinião de Luis Fabiani

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Rodrigo Varanda é uma joia. E assim é tratado internamente no Corinthians desde a categoria sub-11, quando foi o artilheiro do Timão no Campeonato Paulista da categoria e grande destaque da final contra o Palmeiras. A titularidade no profissional não assusta quem o acompanhou na base, pois desde sempre foi nítida sua capacidade de desequilibrar partidas na velocidade e nas finalizações. Guarde bem estas duas características.

De Vagner Mancini, atual comandante de Rodrigo Varanda, esperava-se uma potencialização destes dois atributos - o que não aconteceu. A maioria das chances que o jovem recebeu na equipe foram atuando pelo lado direito, limitando suas jogadas à chegada na linha de fundo e a receber a bola longe do gol.

Ou seja, as observações do técnico do Timão se sustentaram mais nos três meses de treinamento que nos 7 anos anteriores na base, nos quais Rodrigo alternava entre jogar centralizado e pelo lado esquerdo. A nova posição desacelera um processo de adaptação do atacante que já seria naturalmente lento. Isso sem contar a carência de peças que o Corinthians tem no setor. Varanda é o único ponta que as categorias sub-20 e sub-17 tinham à disposição em 2020.

A imagem abaixo ilustra o que penso ser a maior virtude do jovem atacante: A capacidade de reconhecer espaços vazio e atacá-los em velocidade, sempre rumando ao gol adversário. Nessa partida, foi atacante pela esquerda em um time que se portava em um 3-5-2. Varanda cansou de atacar os espaços vazios entre o zagueiro e o lateral-direito, sempre saindo em vantagem pela explosão absurda que possui.

Rodrigo Varanda, pela esquerda, atacando espaço vazio para finalizar

Rodrigo Varanda, pela esquerda no sub-17, atacando espaço

Reprodução

A função se assemelha muito à que Jorge Jesus propôs que Bruno Henrique fizesse no Flamengo de 2019, jogando perto do centroavante e com liberdade para se movimentar e verticalizar. Quando jogava espetado na ponta, não tinha espaço para correr e se tornar uma arma letal, como é hoje.

Bruno Henrique, no Flamengo de Abel Braga, preso à ponta e sem espaço para ir ao gol

Bruno Henrique, no Flamengo de Abel Braga, preso à ponta e sem espaço para ir ao gol

@taticalizando

Bruno Henrique, com JJ, atuando centralizado. Lembra a imagem do Varanda?

Bruno Henrique, no melhor momento da carreira, atuando centralizado. Lembra da imagem do Varanda?

Fox Sports

A troca de posição proporcionou que o atacante do Flamengo mostrasse ainda mais a velocidade que o fez ser destaque no Santos. E como não é um grande driblador, seria um desperdício deixá-lo preso à ponta para buscar um drible curto ou uma chegada na linha de fundo.

Jorge Jesus teve visão. E essa visão o fez criar o melhor jogador da América do Sul em 2019. Uma simples troca de posicionamento é capaz de mudar o rumo de uma equipe.

Cabe ao Mancini, portanto, ter com Rodrigo Varanda sensibilidade que Jorge Jesus teve ao mudar Bruno Henrique de posição.

Perto do gol, o atacante do Timão é capaz de acrescentar a velocidade que o Corinthians não tem com Jô. E suas movimentações serão ótimas para um meia como Cazares encontrar passes em profundidade.

Veja mais em: Rodrigo Varanda e Vagner Mancini.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Luis Fabiani

Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Há três anos, acompanhando a base do Corinthians diariamente pelo Meu Timão.

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