Arrisco dizer que a transformação no futebol do Corinthians com Giuliano e Renato Augusto já é fato consolidado. Contra Santos e Ceará, adversários de bom nível, o Corinthians se provou como um time competitivo, bastante superior aos oponentes em ambos os casos. O anseio por ver craques em campo, presente desde 2016, parece finalmente ter sido correspondido.

Ainda assim, com menos importância, acho que a dupla recém-contratada também conseguirá ser influente em um problema que perdura no Corinthians desde 2019: a falta de utilidade de sua equipe Sub-23.

E não seria como uma ajuda direta, como se Renato ou Giuliano suprissem a cota de jogadores acima da idade para o Brasileirão de Aspirantes. Em um cenário ideal, com um Corinthians sem problemas nas quatro linhas, poderia até ser um caminho para que a dupla recuperasse o ritmo de jogo. Mas não é o caso. Com Mantuan, talvez seja o caminho.

A ajuda se manifestaria mais indiretamente, envolvendo vários outros jogadores. Fato é que, com Renato Augusto e Giuliano no plantel, algumas peças perdem importância na disputa por posição. Vitinho, Du Queiroz, Mandaca, Gabriel Pereira e Ruan Oliveira são alguns dos casos. A qualidade acima da régua para o Sub-20, mas ainda abaixo da exigência profissional, presente em todos os nomes citados, apenas intensifica a ideia que o processo de transição ainda não foi concluído. E é justamente por isso que existe o Sub-23.

A categoria, recheada de nomes pouco conhecidos pela torcida, ainda não é atraente para quem pouco acompanha a base. Nem a chegada do ídolo Danilo para o cargo de treinador mudou esse cenário. Com raríssimas exceções, casos de Hugo Borges e Igor Formiga, por exemplo, o plantel do Sub-23 não oferecerá peças interessantes ao time profissional em um futuro próximo.

Projetando um time base hipotético com Guilherme, Igor Formiga, Igor Morais, Léo Santos e Reginaldo; Du Queiroz, Vitinho, Mandaca e Ruan Oliveira; Gabriel Pereira e Hugo Borges, com Danilo no comando, teríamos um Sub-23 de grande potencial e vistoso para quem quer assistir alguns jovens talentos em ação. Para o desenvolvimento de todos, é mais virtuoso jogar competitivamente que treinar escanteado no CT Joaquim Grava.

Ou seja, o Corinthians tem tudo para finalmente justificar a hoje injustificável existência da equipe Sub-23. E claro, provará que Renato Augusto e Giuliano podem transcender as quatro linhas na importância que têm para o clube.

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