Corinthians tem que encontrar como Renato Augusto pode render assim como fez com Fábio Santos
Opinião de Marcelo Becker
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Intensidade! Desde que chegou ao Corinthians, o técnico Vítor Pereira destacou que um dos seus objetivos era fazer sua equipe ser intensa, com e sem bola. Passados pouco mais de 90 dias, o rendimento do time ainda deixa a desejar nesse aspecto, e alguns importantes jogadores caíram de rendimento em relação à temporada passada. Um deles é simplesmente o craque Renato Augusto.
O camisa 8, que retornou ao clube do Parque São Jorge no segundo semestre do ano passado, logo mostrou que, mesmo com a idade mais avançada, a qualidade técnica e a inteligência tática melhoraram. Renato, no returno do Brasileirão 2021 (única competição do time naquele momento), fez jogos muito bons, e alguns golaços, se tornando assim rapidamente a referência técnica do elenco então comandado pelo técnico Sylvinho.
O começo da atual temporada também foi bom para o meio-campista, que foi escolhido para a seleção dos melhores do Campeonato Paulista. Com isso tudo, a expectativa quanto ao desempenho dele sob o comando de Vítor Pereira era muito grande: um ótimo jogador treinado por um técnico com bons trabalhos na Europa.
Mas na prática não é isso que está acontecendo. Renato Augusto não é nem perto do jogador decisivo que foi ano passado. O próprio Vítor Pereira falou especificamente sobre o momento de seu jogador, admitindo ainda que pode tê-lo prejudicado devido a uma mudança de posicionamento.
“O Renato jogava do lado esquerdo, com uma dinâmica com o lateral e o ponta-esquerda, e essa ligação entre eles tornava o Renato mais influente da esquerda para dentro. Como queríamos dar respostas defensivas, deslocamos o Renato para direita, para quando defendíamos ele não fosse o jogador que ficasse ao lado do volante e ficasse mais alto para não defender atrás; mas essa alteração de função prejudicou, tirou confiança”, afirmou o técnico.
Porém, além da parte técnica e tática, a condição física do jogador pode estar sendo determinante. Aos 34 anos, Renato precisa de toda uma preparação e, principalmente, recuperação especial para entregar o seu melhor futebol. Para alguns, a queda de desempenho é um “recado do corpo” do atleta.
O exemplo Fábio Santos
Se a temporada passada foi muito boa para Renato Augusto, o mesmo não se pode dizer de Fábio Santos. O campeão do mundo ficou longe de ser uma unanimidade no lado esquerdo da defesa corinthiana. Poucos acreditavam em um 2022 bom do lateral. Para ele, a comissão técnica do Timão estabeleceu que, basicamente, Fábio atue apenas uma vez por semana, preferencialmente em jogos da Libertadores da América. O resultado da estratégia foi positivo, uma vez que o camisa 26 se destacou na primeira fase da competição continental. Talvez esse seja o caminho para Renato Augusto. Jogar em menor quantidade, para apresentar maior qualidade. A se pensar.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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