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Mentiras e verdades do final do ano
Marco Bello

Setorista do Corinthians desde 2009 pela Rádio Transamérica, Marco Bello acompanha o dia a dia do clube

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Mentiras e verdades do final do ano

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Opinião de Marco Bello

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Mentiras e verdades do final do ano

Jogadores estão de férias, repórteres, jornalistas, dirigentes, empresários e assessores não

Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

8 de dezembro. O Campeonato Brasileiro acabou. Cruzeiro campeão, São Paulo vice. Internacional, Atlético Mineiro e Corinthians na Libertadores da América. Ponto final.

Não, não. A vida do cronista esportivo, do repórter, do jornalista, continua. Dos dirigentes, empresários, assessores, também. Os fanáticos por futebol também continuam, alguns em férias, alguns trabalhando, estudando.

Os jogadores, estes sim, estão em merecido descanso. Mas se as orelhas deles ouvissem cada vez que falássemos seus nomes...

Todo final de ano é igual, muita especulação, boatos, notícias falsas, notícias verdadeiras que acabam não virando verdades. Mas com a internet e suas facilidades, este fenômeno só aumenta.

Cada um defende o seu lado na história e nenhum está errado ou certo. O fã de futebol quer saber se o time do coração está contratando aquele grande atleta. O empresário quer valorizar seu jogador. O dirigente quer contratar a um preço mais baixo.

Qual o papel do jornalista? Ouvir. Sempre. O jornalista tem que ouvir todos os lados, por mais falsa que pareça a notícia. Quem se lembra dos primeiros boatos de que Carlitos Tevez estaria fechado com o Corinthians? E Ronaldo? Os primeiros a darem estas notícias foram achincalhados. E não é que eram verdade?

Às vezes a notícia mais estranha pode ser o ponto de partida de uma grande história. E muitas vezes o que parece estar muito fácil pode se tornar uma bolha. E estourar no jornalista.

As bolhas são histórias fabricadas. Muitas vezes plantadas por empresários, assessores. Cabe ao jornalista confiar ou não na fonte. Discernir se está sendo usado. Existe, é claro, o jornalista sem escrúpulo, que só quer vender jornal, revista, manchete para rádio e TV. Mas garanto que em meus quase quinze anos de profissão, conheci pouquíssimos assim.

O que acontece normalmente é a falta de filtro. A pressa, a pressão da chefia e a confiança em quem não se deve confiar. Um dos preceitos básicos do jornalismo, por exemplo, é: nunca fique apenas com a fonte oficial, pois ela só te passará o que interessa, ou seja, a versão oficial da notícia, geralmente omissa, pra não falar enganosa.

Já aconteceu comigo? Claro que sim. Já dei notícias confiando em alguém e depois vi que não deveria confiar mais. Fui enganado. Mas os anos fazem a gente ter mais cuidado. É melhor respirar duas, três vezes, quando aparece aquela grande bomba. E checar, sempre.

Todos gostaríamos de só ler e ouvir grandes coisas. Não se pode esquecer que o jornalista antes de tudo é um grande ouvinte, um grande leitor. Nós lemos e ouvimos por opção, por lazer, mas também por obrigação da profissão.

E as grandes capas, as grandes manchetes, são legais para os dois lados. Que bom seria se só tivéssemos elas. Mas como tudo na vida, nada é exatamente do jeito que gostaríamos que fosse. Nem sempre o Papai Noel trará Messi ou Cristiano Ronaldo.

E nesta véspera de Natal é bem provável que seu clube esteja negociando com aquele famoso lateral-direito de quem você nunca ouviu falar.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Marco Bello

Marco Bello é jornalista, apresentador e repórter da Rede Transamérica de Rádio, setorista do Corinthians desde 2009

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